ALVARO MAIA – Álvaro Botelho Maia (1893-1969), nasceu no município de Humaitá, situado no rio Madeira, e morreu em Manaus. Estudou Direto em Fortaleza (CE) e colou grau no Rio de Janeiro (RJ). Seu primeiro emprego no Amazonas foi de redator da Assembleia Legislativa. Sem perder de vista a literatura, seguiu carreira política. Álvaro Maia: o príncipe dos poetas… Segundo a jornalista Esterffany Martins, ―o poema escrito por Álvaro Maia e declamado por ele no Teatro Amazonas, em 1923, em uma comemoração da aceitação do Amazonas a independência do Brasil, completou 90 anos, em 2013.
Nos conta a escritora que ―a oratória dele, naquele dia, levantou o ânimo para aquelas pessoas deprimidas por causa da decadência da borracha. Ele unia as forças de todo o Amazonas, para as pessoas terem orgulho da terra, a todos um apelo direcionado, principalmente aos jovens para terem perspectiva do futuro‖. Cito aqui, alguns dos seus livros: ―Nas Barras do Pretório‖, ―Gente dos Seringais‖, ―Banco de Canoa‖, entre outros.
Álvaro Botelho Maia (1893-1969), foi deputado, senador, interventor e governador. Era detentor de uma linguagem culta tanto nos discurso como nos livros. Muitas de suas palavras permanecem atuais nos dias de hoje. A prova disso está ai na sua ―Canção de Fé e Esperança‖, além de outros escritos. Por exemplo, em fevereiro de 1993, quando da passagem dos 70 dessa obra, o jornal A Crítica (local), publicou um caderno especial sobre esse tema, que é um verdadeiro grito em prol da liberdade humana. Na ‗canção‘ estão orações do tipo abaixo, por mim extraídas, nas quais ele declama:
O único meio de assegurar a vitória da justiça é bater-se a gente contra tudo que é baixo, fraco e odioso no presente‖. ―O que não passa é o oceano das verdades eternas, indiferente ao rugir das paixões contemporâneas, e por sobre ele a imensidade sidérea das almas, que és tu, ó liberdade‖. ―Aos moços amazonenses – homens em botão e mulheres em manhã – cabe arquitetar a obra ressurgente, em qualquer profissão que tentarem, mas principalmente no trabalho de ensinar criança, de formar alma e modelar caracteres‖. ―Não morre o povo que se nutre dos exemplos grandiosos dos mortos‖. Em 1951, aos 58 anos de idade, apesar dos seus compromissos políticos, administrativos e pessoas, Álvaro conciliava a tudo sem jamais perder de vista o horizonte da literatura. Nesse ano disponibilizou tempo para fazer a tradução do memorável poema ―SE‖, de Kipling.
ANIBEL BESSA – Aníbal Beça (1946-2009) foi um poeta, jornalista e compositor brasileiro. Foi repórter, redator e editor em diversos jornais de Manaus. Foi diretor de produção da TV Cultura do Amazonas. Aníbal Augusto Ferro de Madureira Beça Neto nasceu em Manaus, Amazonas, no dia 13 de setembro de 1946.
Aníbal Augusto Ferro de Madureira Beça Neto nasceu em Manaus, Amazonas, no dia 13 de setembro de 1946. Era filho de Alfredo Antônio de Magalhães Beça e de Clarice Corrêa Beça. Sua avó materna era sobrinha do escritor Aluísio Azevedo.
Fez seus primeiros estudos em Manaus, e na adolescência estudou no Colégio São Jacó, em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul. Em Porto Alegre conviveu com o poeta Mário Quintana.
De volta a sua cidade natal dedicou-se à poesia e à música. Entre as décadas de 60 e 80 atuou como colunista, redator e repórter em diversos jornais de Manaus. Foi também diretor de produção da TV Cultura do Amazonas, época em que idealizou o suplemento literário ―O Muhra‖, editado pela própria secretaria.
Em 1966 publicou seu primeiro livro de poemas ―Convite Frugal‖. Sua poesia, de conteúdo reflexivo tem como tema a condição humana e a preocupação com o sentido da existência, do tempo e sua inconstância, e do amor e seus desencontros. Em alguns de seus poemas apresenta versos curtos, vertidos de uma linguagem telegráfica, econômica. Entre ao obras de Aníbal Beça destacam-se: Filhos das Várzeas (1984), uma das obras mais representativas da literatura regional; Marupiara – Antologia de Novos Poetas do Amazonas (1988); Suite para os Habitantes da Noite (1995), vencedor do Prêmio Nestlé de Poesia da Literatura Brasileira; Banda da Asa (1998); Folhas da Selva (2006); Noite Desmedida & Terna Colheita (2006).
Aníbal Beça foi vice-presidente da União Brasileira de Escritores (UBE-AM), presidente da ONG ―Gens da Selva‖, Presidente do Sindicato de Escritores do Estado do Amazonas, Presidente do Conselho Municipal de Cultura e Membro da Academia Amazonense de Letras. Era também membro do Clube da Madrugada, entidade que reunia os movimentos renovadores das áreas literárias e artísticas do Amazonas. Em 1999 representou o Brasil no VIII Festival Internacional de Poesia de Medellin, na Colômbia. Envolvido com a música, Aníbal Beça deixou contribuições como compositor, produtor de espetáculos e de discos. É autor de vários sucessos da música popular regional. Participou ativamente de diversas manifestações culturais do Amazonas. Em 1968 venceu o I Festival da Canção do Amazonas. Conquistou ao todo, 18 primeiros lugares em festivais no Brasil e no exterior.
Aníbal Beça faleceu em Manaus, Amazonas, no dia 25 de agosto de 2009.
BOSQUINHO POETA – Bosquinho Poeta é natural de Manaus. Empresário, poeta, escritor e compositor. Formado em Administração e pós-graduado em Gestão Ambiental. Homem da Cultura com uma trajetória artística, de superações na infância foi o homenageado da live do Carnaval 2022 da escola de samba Dragões do Império.
Amazonense, que na infância morou no bairro Praça 14, Zona Sul de Manaus, sempre lembra os ensinamentos da mãe.
A minha mãe, com aqueles olhos azuis da cor do céu, da cor do manto de Nossa Senhora, sempre foi um espelho pra mim, minha musa inspiradora, minha primeira musa, me incentivou muito nesse caminho da leitura‖, enfatiza.
Na infância morou numa palafita junto a seu pai que era carpinteiro, seus 11 irmãos e sua mãe, doméstica. Só que com a necessidade de uma ajuda financeira para a família desde os 10 anos já começou a carregar trouxa de roupa na cabeça para fazer entrega. Também foi picolezeiro e jornaleiro profissões que se orgulha muito. Eu amo ser poeta‘.
Fã de Roberto Carlos desde criança. Bosquinho se identifica como ―amante à moda antiga‖, em alusão a uma música do ‗Rei‘. Na adolescência, Bosquinho Poeta, que começou a trabalhar de carteira assinada aos 12 anos de idade, almoçava em uma unidade do Sesc Amazonas. O envolvimento com a literatura começou ali. ―Eu frequentava, no meu intervalo, as bibliotecas. Eu ficava encantado com Gonçalves Dias, Casimiro de Abreu, Machado de Assis, José Lins do Rego, Érico Veríssimo. Eu sempre fui apaixonado. E isso me cativou ainda mais para escrever os romances do meu coração‖, disse.
Depois, o artista conheceu o carnaval e começou a nutrir o desejo por atuar no segmento. Um amigo me levou para a Reino Unido da Liberdade, na Zona Sul, nesse bairro encantado que é o Morro da Liberdade, é o Morro de Amores, Morro da Paixão, esse bairro presente, tradicional em Manaus‖, lembrou. Hoje, Bosquinho faz parte da ala dos compositores da escola de samba e um dos sócios da agremiação. O artista também é empresário, mas prefere ser conhecido pelo lado poeta. ―Eu sou apaixonado pela poesia‖, ressaltou. ―Eu amo ser poeta, é maravilhoso ser poeta. Eu me consagro sendo poeta‖. Ele participou da composição de sambas campeões do Carnaval Amazonense de 2016, 2017, 2018, 2019.
João Bosco Rocha, é autor dos livros ‗Memórias Poéticas de Um Sonhador‘ (2003/2006) e O Testemunho das Estrelas‘ (2015).
Tem poemas publicados nas antologias ‗Poiesis‘ Vol. 3 (2021), ‗Coletânea Imortais IV‘ (2021), ‗O melhor poeta contemporâneo‘ (2020) e ‗A imortalidade amazônica‘ (2017).
Atualmente, é membro da Academia de Letras do Brasil (ALB), da Academia de Letras e Culturas da Amazônia (ALCAMA), da Associação Brasileira de Escritores e Poetas PanAmazônicos (ABEPPA), Acadêmico Imortal da Academia Intercontinental Sênior de Literatura e Arte (AISLA) e da Academia Amazonense Maçônica de Letras (AAML).
LUIZ BACELAR – Considerado um dos poetas mais expressivos da literatura amazonense. Luiz Bacellar nasceu em Manaus, no dia 4 de setembro de 1928, e morreu em 9 de setembro de 2012. É considerado um dos poetas mais importantes do Brasil e um dos mais expressivos da literatura produzida no Amazonas; ganhou, com sua obra de estreia, ‗‘Frauta de Barro‘‘, o Prêmio Olavo Bilac da Prefeitura do Rio de Janeiro, em 1959. O júri foi composto por Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade.
De acordo com Neiza Teixeira, doutora em Filosofia e coordenadora editorial da Valer, Bacellar é um dos poetas mais importantes das Amazônias, inclusive precisa ser conhecido pelo Brasil e pelo mundo, porque os seus poemas ―do ponto de vista formal, são lapidados como joia preciosa, o que nos permite, além da beleza, a compreensão e alcance da profundeza da palavra‖.
Tenório Telles, presidente do Conselho Municipal de Cultura, em uma celebração ao grande poeta, ressaltou: ―Luiz Bacellar simboliza a poesia e representa na nossa produção literária a figura do criador, do mestre da palavra. Sua poética é composta com a matéria da memória, do universo regional e suas rememorações sobre a cidade de Manaus‖, disse.
Ainda na bibliografia de Bacellar, se destacam: ‗‘Sol de Feira‘‘, 1973 (Prêmio de Literatura do Estado do Amazonas), ‗‘Quatro Movimentos‘‘, 1975, ‗‘O Crisântemo de Cem Pétalas‘‘ (em parceria com Roberto Evangelista), 1985, ‗‘Quarteto‘‘, 1998, ‗‘Satori‘‘, 2000, e ‗‘Quatuor‘‘, 2005.
JORGE TUFIC ALAÚZO, nascido em Sena Madureira em 13 de agosto de 1930 e falecido em São Paulo a 14 de fevereiro de 2018 foi um poeta e jornalista brasileiro.
Jorge Tufic iniciou sua educação em sua cidade de origem, transferindo-se posteriormente para Manaus, onde concluiu os estudos. Em 1976, foi agraciado com o diploma
“O POETA DO ANO”, prêmio concedido pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Amazonas, em reconhecimento à sua vasta e intensa atividade literária.
Tem seu nome inserido em várias antologias, entre as quais destacam-se “A Nova Poesia Brasileira”, organizada em Portugal por Alberto da Costa e Silva, e “A novíssima Poesia
Brasileira”, que Walmir Ayala lançou na Livraria São José, no Rio de Janeiro, em 1965.
É sócio fundador da Academia Internacional Pré-Andina de Letras, com sedeem Tabatinga, no estado do Amazonas. Fez várias conferências literárias e é membro efetivo de
algumas entidades culturais, tais como: Clube da Madrugada, Academia Amazonense de Letras, União Brasileira de Escritores (Seção do Amazonas) e Conselho Estadual de Cultura.
Pertenceu à equipe da página artística do Clube da Madrugada, “O Jornal” e do “Jornal da Cultura”, da Fundação Cultura do Amazonas. Colaborou em vários órgãos de imprensa, com especialidade no Suplemento Literário de Minas Gerais. Jorge Tufic é o autor da letra do Hino do Amazonas, contemplado que foi com o primeiro lugar em concurso nacional promovido pelo governador José Lindoso em 1980.
Jorge Tufic nasceu e passou boa parte da juventude no Acre, o poeta é descendente de uma família de comerciantes árabes que vieram para o Brasil para trabalhar durante o Ciclo da Borracha. Com o declínio da produção nos seringais, Jorge Tufic se mudou para Manaus, onde se dedicou aos estudos e começou a atuar como jornalista. Devido à sua longa trajetória no Amazonas, em 1954 se tornou um dos fundadores do Clube da Madrugada.O Clube da Madrugada (1954) é considerado um dos principais movimentos literários do Amazonas e surgiu durante um momento de estagnação econômica, quando jovens artistas promoviam encontros para debater sobre movimentos literários, englobando filosofia e sociologia. Com sua vivência no Amazonas, o poeta Jorge Tufic teve sua estreia literária em 1956, com a publicação de Varanda de Pássaros‘.
Em 1976, o Sindicato dos Jornalistas do Amazonas homenageou Jorge Tufic com o prêmio Poeta do Ano‘, devido a importância da sua produção literária para a Amazônia. Um grande marco na carreira de Jorge Tufic, foi a composição do hino oficial do Amazonas, instituído em setembro de 1980. A eleição do hino foi resultado de concurso público, sendo promovido oficial através do ex-governador do Amazonas, José Lindoso. A letra da música fala sobre a diversidade da floresta, dos animais e cores que marcam o Amazonas, além de contar sobre o orgulho de um povo que com garra busca a liberdade e luta por seus sonhos.
Segundos informações do Eminente Grão Mestre da Grande Loja Maçônica do Amazonas GLOMAM Tufi Salim Jorge Filho, primo do homenageado, a família veio do Líbano de duas cidades Zalé e Batumi. Uma parte da família foi para o estado do Acre, outra parte veio para o Amazonas e outra parte para o Pará. Afirmou ainda que conheceu alguns primos na Venezuela, na cidade chamada Valencia. Completou dizendo que as Lojas Maçônicas com inúmeros Libaneses são Esperança e Porvir e Amazonas.
O poeta nortista, Jorge Tufic faleceu no dia 14 de fevereiro de 2018, deixando um legado para a história da literatura da Amazônia. Ele tinha 87 anos e lutava contra um câncer no pulmão.
THIAGO DE MELLO – Amadeu Thiago de Mello (Nascido em Barreirinha/Am em 30 de março de 1926 e falecido em Manaus em 14 de janeiro de 2022) foi um poeta, jornalista e tradutor brasileiro. Foi considerado um dos poetas mais influentes e respeitados no país, reconhecido como um ícone da literatura regional. Após concluir seus estudos iniciais em escolas amazonenses, ingressou na graduação em medicina na Faculdade Nacional de Medicina no Rio de Janeiro, mas abandonou o curso na metade, ingressando na diplomacia na década de 1950. Foi adido cultural na Bolívia e no Chile, mas teve sua carreira interrompida pelo golpe de 1964.
Durante a ditadura (1964-1985) foi preso e depois se exilou no Chile, onde encontrou Pablo Neruda, um amigo e colaborador. No exílio, também morou na Argentina, Portugal, França e Alemanha. Com o fim do regime militar, voltou à sua cidade natal e depois se mudou para Manaus, onde viveu até sua morte.
Seu poema mais conhecido é ‗‘Os Estatutos do Homem‘‘, onde o poeta chama a atenção do leitor para os valores simples da natureza humana. A preservação da Amazônia era tema
presente em sua obra. A sua poesia escrita foi ‗‘Poesia Comprometida com a Minha e a Tua Vida‘‘ que lhe rendeu, em 1975, ainda durante o regime militar, um prêmio concedido
pela Associação Paulista dos Críticos de Arte e o tornou conhecido internacionalmente como um intelectual engajado na luta pelos Direitos Humanos.
Foi membro da Academia Amazonense de Letras, na cadeira nº 29, eleito em 20 de janeiro de 1955, na sucessão de Vivaldo Lima, e recebido em 15 de março de 1956, pelo acadêmico Djalma Batista.Em homenagem aos seus 80 anos, completados em 2006, foi lançado pela Karmim o CD comemorativo A Criação do Mundo, contendo poemas que o autor produziu nos últimos 56 anos, declamados por ele próprio e musicados por seu irmão mais novo, Gaudêncio. Suas obras foram traduzidas para mais de trinta idiomas. Obras e Poesias: Silêncio e Palavra, 1951; Narciso Cego, 1952; A Lenda da Rosa, 1956; Os Estatutos do Homem, 1964; Faz Escuro, mas eu Canto: porque a manhã vai chegar, 1966; Poesia comprometida com a minha e a tua vida, 1975; Horóscopo para os que estão Vivos, 1984; Mormaço na Floresta, 1984; Vento Geral – Poesia, 1981; Num Campo de Margaridas, 1986; De uma Vez por Todas, 1996; Cantídio, André Provérbios, 1999. Prosa: A Estrela da Manhã, 1968; Arte e Ciência de Empinar Papagaio, 1983; Manaus, Amor e Memória, 1984; Amazonas, Pátria da Água, 1991; Amazônia — A Menina dos Olhos do Mundo, 1992; O Povo sabe o que Diz, 1993; Borges na Luz de Borges, 1993;Vamos Festejar de Novo, 2000.
TEXTO: OS ESTATUTOS DO HOMEM (ATO INSTITUCIONAL PERMANENTE)
ARTIGO I – Fica decretado que agora vale a verdade, que agora vale a vida, e que de mãos
dadas, trabalharemos todos pela vida verdadeira.
ARTIGO II – Fica decretado que todos os dias da semana, inclusive as terças-feiras mais
cinzentas, têm direito a converter-se em manhãs de domingo.
ARTIGO III – Fica decretado que, a partir deste instante, haverá girassóis em todas as
janelas, que os girassóis terão direito a abrir-se dentro da sombra; e que as janelas devem
permanecer, o dia inteiro, abertas para o verde onde cresce a esperança.
ARTIGO IV – Fica decretado que o homem não precisará nunca mais duvidar do homem. Que o
homem confiará no homem como a palmeira confia no vento, como o vento confia no ar, como o ar
confia no campo azul do céu.
PARÁGRAFO ÚNICO: O homem confiará no homem como um menino confia em outro menino.
ARTIGO V – Fica decretado que os homens estão livres do jugo da mentira. Nunca mais será
preciso usar a couraça do silêncio nem a armadura de palavras. O homem se sentará à mesa com
seu olhar limpo porque a verdade passará a ser servida antes da sobremesa.
ARTIGO VI – Fica estabelecida, durante dez séculos, a prática sonhada pelo profeta
Isaías, e o lobo e o cordeiro pastarão juntos e a comida de ambos terá o mesmo gosto de aurora.
ARTIGO VII – Por decreto irrevogável fica estabelecido o reinado permanente da justiça e
da claridade, e a alegria será uma bandeira generosa para sempre desfraldada na alma do povo.
ARTIGO VIII – Fica decretado que a maior dor sempre foi e será sempre não poder dar-se
amor a quem se ama e saber que é a água que dá à planta o milagre da flor.
ARTIGO IX – Fica permitido que o pão de cada dia tenha no homem o sinal de seu suor. Mas
que sobretudo tenha sempre o quente sabor da ternura.
ARTIGO X – Fica permitido a qualquer pessoa, a qualquer hora da vida, o
uso do traje branco.
ARTIGO XI – Fica decretado, por definição, que o homem é um animal que ama
e que por isso é belo, muito mais belo que a estrela da manhã.
ARTIGO XII – Decreta-se que nada será obrigado nem proibido. tudo será permitido, inclusive
brincar com os rinocerontes e caminhar pelas tardes com uma imensa begônia na lapela.
PARÁGRAFO ÚNICO: Só uma coisa fica proibida: amar sem amor.
ARTIGO XIII – Fica decretado que o dinheiro não poderá nunca mais comprar o sol das
manhãs vindouras. Expulso do grande baú do medo, o dinheiro se transformará em uma espada
fraternal para defender o direito de cantar e a festa do dia que chegou.
ARTIGO FINAL – Fica proibido o uso da palavra liberdade, a qual será suprimida dos
dicionários e do pântano enganoso das bocas. A partir deste instante a liberdade será algo vivo e
transparente como um fogo ou um rio, e a sua morada será sempre o coração do homem.
Desculpe-me a extensão deste artigo, pois são tantos os POETAS a serem homenageados que peço desculpas por não tê-los citados os de Vossa preferência.
Espero que tenham gostado.