Imprensa

Histórias e Lendas do Amazonas

História

JUTA E MALVA

Por Paulo Almeida Filho

22 de julho de 2024 às 12:55 Compartilhe

HISTÓRIAS E LENDAS AMAZÔNICAS
JUTA E MALVA

 

A MALVA (Urena Lobata) é uma erva sublenhosa nativa da amazônia e representa atualmente mais de 90% da safra brasileira, sendo portanto a JUTA (Corchorus Capsularis) minoria, e são utilizadas conjunta e indistintamente no processo industrial.

A Companhia Têxtil de Castanhal está sempre presente nos acontecimentos ligados à bataticultura, não só fornecendo sacaria de juta 100% ecológica, como também colaborando nos eventos onde a batata é fonte de discussão.

Os produtores comentam que diante das exigências cada vez maiores de qualidade e segurança das embalagens e consequentemente do produto ensacado, está sempre procurando aperfeiçoar nossos produtos aplicando o que de melhor existe para poder continuar merecendo sua prestigiosa preferência.

  Após a aquisição e instalação de grande número de máquinas no período 2004/2005 as empresas estão agora totalmente equipados para atender a todos com segurança, eficiência e qualidade, a qualquer tempo ou quantidade.

Ressaltamos que apesar dos altos custos de modernização e tecnologia aplicada, procuramos manter os preços da sacaria, dentro do possível, num patamar que não afete o produtor de batata, dentro, contudo, da normalidade de uma safra. Dessa forma, aliarmos, segurança, qualidade e preço para que possamos continuar a merecer a sua irrestrita colaboração.

A Castanhal aos longos dos anos e das crises que porventura afetam todos os setores ultrapassar todos os obstáculos e continuar a fornecer um produto cada vez melhor.

A batata e a sacaria de juta andam lado a lado, pois se fundem formando um conjunto estrutural onde a qualidade da batata se alia à natureza da embalagem.

Esta, por ser feita de uma fibra natural, ajuda a conservar melhor o produto até seu destino final, por ter uma estrutura de tela bem regular e coloração clara melhora a aparência da batata, permite uma maior proteção de sua pele e absorve a umidade, agregando valor ao produto.

Quando uma empresa se instala em determinada comunidade está criando uma série de relações, não apenas com o mercado a que se destinam seus produtos e serviços ou com os empregados envolvidos na produção. Empresas criam relações com fornecedores, com os vizinhos, com os consumidores, com os governos, e com setores diversos da sociedade, especialmente num país que tem tantos e reconhecidos problemas de exclusão social.

Embora não muito representativas no cenário agrícola como um todo, as fibras de juta e malva são de grande relevância para a região Amazônica, particularmente para os Estados do Amazonas e Pará. Culturas que demandam grande mão-de-obra, contribuem muito para a região, principalmente para fixação do homem no interior. Dessa atividade dependem, só na Amazônia, cerca de 20 mil famílias.

A juta e malva na região Amazônica são cultivadas em pequena escala, em áreas que variam de 01 a 04 hectares, e o nível da tecnologia corresponde ao de uma exploração familiar. Os sistemas de produção difundidos entre os JUTICULTORES através dos órgãos de assistência técnica atuantes na região visam melhorar a qualidade do trabalho e a produtividade do produtor.

A cidade de Castanhal, está a 70 km de Belém do Pará. Desta forma há em uma das regiões menos favorecidas do país agregação de valor em função da fabricação de sacaria de juta: um produto 100% biodegradável, fabricado de forma limpa a partir de uma fibra perfeitamente integrada ao bioma amazônico.

A MALVA (Urena Lobata) é uma erva sublenhosa nativa da amazônia e representa atualmente mais de 90% da safra brasileira, sendo portanto a juta (Corchorus Capsularis) minoria, e são utilizadas conjunta e indistintamente no processo industrial. Ambas são extensamente plantadas nas calhas dos rios da região durante a baixa, aproveitando o húmus ali depositado, para que quando da época da cheia em função das chuvas e do degelo anual nos Andes a planta possa ser afogada no próprio local, facilitando a retirada da fibra de seu caule. Desta forma a cultura da juta/malva não utiliza queimadas, defensivos nem fertilizantes, tendo um ciclo totalmente natural, assim como no seu processo de industrialização.

De forma contrastante com as matérias plásticas – e em alguns aspectos até com o extrativismo – as fibras amazônicas constituem um recurso renovável e auto-sustentável, promovendo uma inter-relação entre as questões ambiental e social. Pelo acima exposto podemos concluir que nos tempos atuais a embalagem de juta é fundamental para o Brasil, e mais ainda se olharmos para o nosso futuro.

Entenda como é a plantação e colheita da malva e juta, atividade que depende do ciclo das águas no AM. No interior do estado, o Amazonas mantém a cultura do cultivo da malva e juta, uma atividade que depende do ciclo das águas.

Na região do Paraná do Cambaleana, em Manacapuru/Am, onde a atividade resiste, mas vem perdendo força, já que os mais novos não querem seguir no ramo. Além disso, o processo depende de incentivos do estado.

Todos os anos, o Amazonas vive duas grandes fases: a cheia (enchente) e vazante (seca) dos rios. Esse ciclo molda a vida no estado, especialmente, a dos ribeirinhos que moram nas cidades mais afastadas da capital Manaus.

Assim como a navegação, parte da produção rural depende do entendimento de como funciona esse ciclo das águas. No caso da juta e da malva, plantas que produzem fibras que dão origem a tecidos usados principalmente na indústria de artesanato e decoração, as cheias e vazantes conduzem a produção do início ao fim.

Juta e malva em Manacapuru – Em uma viagem pelo Rio Solimões, o curso pelo Paraná do Cambaleana mostra uma série de casas à beira do rio que exibem as fibras, plantadas e colhidas ao longo do ano, estendidas em um varal, como se fossem roupas, na frente das palafitas de madeira.

No local, há décadas, famílias vivem da agricultura e do cultivo de fibra. Entenda como funciona o processo de plantação e colheita: Processo de plantação:

1) A primeira etapa do processo é a compra de sementes, que são importadas do Pará. Sem ajuda de cooperativas ou do governo, os produtores precisam tirar do próprio bolso para custear a produção.

2) Para produzir quase uma tonelada do produto, uma sacola sai a R$ 3.750. Uma outra alternativa é pagar as indústrias, que vendem a matéria-prima, com 10 kg de fibra por 1 kg de semente.

3) Com as sementes em mãos, os produtores iniciam a plantação em julho e agosto. É necessário fazer nesses meses por conta do início da vazante dos rios.

4) Os primeiros indícios de que a planta cresceu e floresceu começam no mês de janeiro, período que se inicia a cheia dos rios no Amazonas. Nesta fase, o agricultor corta as altas plantas e separa em feixes, com uma média de 100 varas, que rendem 1 kg de fibra.

5) Para deixar as fibras no ponto, a próxima etapa é popularmente conhecida como “afogamento”. Nesta fase, os feixes colhidos são deixados de molho de 10 a 12 dias, para “amolecer” os fios.

6) Após o amolecimento dos fios, os meeiros começam a realizar seus serviços. Eles são contratados pelos produtores para entrar na água e retirar os fios, que estão de molho, e formar as fibras. Em um espécie de coreografia, os trabalhadores retiram as fibras e formam “bonecas”, que são amarrações de fibra lavada. O trabalho é pesado e envolve mais de oito horas de esforço, dentro da água.

7) Depois disso, é hora de secar. Quatro dias ensolarados são suficientes para deixar a fibra enxuta e brilhosa.

8) Na última etapa, os agricultores vendem a fibra aos atravessadores, agentes de comercialização que se colocam entre o produtor e o comerciante varejista. O kg da fibra se for MALVA, é vendido a um valor superior a JUTA

As fibras de juta e malva, se tornam sacaria e permeiam a historia agrícola do país. Estas fibras fizeram do Brasil o único pais fora da Ásia a fazer concorrência a produção Indiana. No auge da produção em 1960, mais de 60mil famílias das áreas de várzea dos estados do Amazonas e Pará, viviam das extração destas fibras,. Sem contar ás fabricas e prensas que surgiram e outras que se transformaram do Sudeste para o Norte e se instalaram em cidades polos, como Castanhal, Belém e Santarém no Pará, e, Parintins e Manaus, no Amazona, fazendo
o Brasil autossuficiente para importação destas fibras.

As fibras dos matérias destes produtos, se tornam sacarias e permeiam a historia da produção agrícola do país. Da era dos barões do café ao volume exponencial de exportação da produção de grãos, tubérculos e frutas, a fibra natural tem a capacidade de regular a umidade, proteger e conservar a qualidade de produtos como café, cacau, batata, amendoim, tanino, entre outros, além dos não alimentícios.

Atualmente, o Brasil é o maior produtor e exportador de café. E existe uma grande demanda externa por sacarias de fibra vegetal, produto extraído principalmente da juta e da malva, utilizados para embalar os grãos.

 

 

Espero que tenham gostado.
Paulo Almeida Filho – Aposentado/Am

Comentários

Buscar

Compartilhe

JUTA E MALVA

Guia de Associados