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Escolas antigas de Manaus – Públicas

Por Paulo Almeida Filho

12 de setembro de 2023 às 14:43 Compartilhe

Colégio Amazonense D. Pedro II

 

Em 1864 que é criada a escola mais antiga de Manaus. O Colégio Amazonense D. Pedro II surgiu no governo do presidente da província, Adolfo Barros Cavalcante de Albuquerque Lacerda. Alguns historiadores costumam dizer que a história de Manaus pode ser contada a partir dos monumentos, prédios, construções erguidas durante o processo de desenvolvimento da capital. A história da educação escolar não poderia ser diferente. Separada em partes, a fundação e formação das primeiras escolas de Manaus acompanham a linha do tempo de fatos políticos, econômicos e sociais da cidade.

A primeira escola que se tem notícia no Amazonas é datada de 1800 e não ficava situada em Manaus. Apenas 38 anos depois a então Vila de Manaós recebia sua primeira escola de ensino primário. Já no ensino secundário, sabe-se que a primeira instituição educacional foi o Seminário São José, fundado em 1948.

Com o nome de Liceu Provincial Amazonense, a escola pública funcionou, primeiramente, nas dependências do Seminário de São José. Anos depois, o Liceu passa para o prédio onde funciona até hoje, no Centro de Manaus.
“A gente pode ver o prédio do Liceu, onde fica o Colégio, como a instituição de ensino mais antiga de Manaus. Ele é anterior à chamada Belle Époque, da urbanização de Manaus feita por Eduardo Ribeiro. Ele foi inaugurado no período Imperial e muita coisa funcionava lá dentro pelo tamanho do prédio e pela própria demanda. As salas que hoje vemos cheia de alunos, não estavam tão cheias de alunos naquele tempo.

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO DO AMAZONAS – I. E. A.

Foi fundada em 4 de novembro de 1880. Na época, o Dr. Alarico José Furtado era o presidente da província, que nomeou o Dr. Epifânio José Pedrosa como diretor da escola.

Assim nasceu o Instituto de Educação do Amazonas, sob o nome de Escola Superior Normal, sua eminente jornada de formação de professores.

Mais de oito meses após sua inauguração, em 3 de novembro de 1882, houve a reformulação de alguns dos vínculos dos Estabelecimentos de Ensino, o que obrigou a Escola Normal a ser vinculada à Província sob o nome de Lyceu Provincial.

Assim, o Lyceu e começou a funcionar no prédio da escola. A mudança na administração provincial sempre levou a mudanças no quadro administrativo da escola. De 1884 a 1886, a Escola Normal começou a funcionar no Orfanato Elisa Souto, separando-se do Lyceu Provincial, que havia recuperado sua autonomia administrativa e educacional.

Alguns anos depois, o sistema educacional da Federação, impulsionado pelo regime republicano e pelas inovações desses momentos políticos, impôs uma nova mudança na educação dos Estados. Em 1890, o nome Lyceu morreu, a Escola Normal tornou-se um Instituto Superior Normal e retornou ao Ginásio Amazonense Dom Pedro II.

Em 1911, o Instituto Superior Normal é dirigido pelo Professor Benjamim Ferreira Vale, o número de alunos aumenta e a Escola começa a utilizar as salas em que o Congresso Amazonense funciona e se separa novamente do Ginásio. A localização da sede era desejável. Em 1933, o Capitão Nelson Mello mudou a sede, após muitas reformas, para o atual Centro Cultural Palacete Provincial, que já havia sido instalado ali em 1933, no andar superior, com 8 salas de aula, no salão para solenidade e nas salas especiais de desenho e artesanato e economia doméstica. Marcado por mudanças significativas, principalmente devido à inauguração da sede, o ensino normal experimentou um intenso dinamismo em 1940. Em 1944, na administração de Álvaro Maia, foi instalado no majestoso edifício ao redor da praça Antônio Bittencourt. Este edifício foi o resultado do grande projeto de Domenico De Angelis para abrigar o Palácio do Governo, que ali havia instalado de 1945 a 1973, obrigando o Instituto de Educação a retornar ao Ginásio Dom Pedro II do Amazonas.

INSTITUTO BENJAMIN CONSTANT

O Instituto Benjamin Constant, também conhecido como IBC, é uma escola de Manaus. O edifício está localizado entre o Instituto de Educação do Amazonas e a Academia Amazonense de Letras, no Centro Histórico de Manaus. Por muitos anos funcionou como asilo de meninas que permaneciam no educandário até os 18 anos.

Seu ato de criação foi autorizado pela Lei 643 de 2 de junho de 1884, durante a administração do então presidente da Província Theodoreto Souto.

Com o nome “Azylo Orphanológico Elisa Souto”, a instituição localizava-se na rua Nove de Novembro (atual Lauro Cavalcante) e foi inaugurada no dia 10 de julho oferecendo os ensinos primário, moral e doméstico para meninas órfãs e pobres.

Em 1886 Adolpho de Vasconcelos promoveu uma reforma no ensino público, onde o asilo e a Escola Normal Feminina passaram a funcionar no mesmo local. Consequentemente, foi necessário alugar um novo prédio para atender a demanda.

No dia 12 de abril foi transferido para a rua da Independência (atual Frei José dos Inocentes) e permaneceu até 1º de agosto de 1888.

O palacete do Barão de São Leonardo, localizado na rua Ramos Ferreira, adquirido na administração de Theodoreto Souto para abrigar o Museu Botânico, passou a ser residência definitiva do recinto. Em 26 de abril de 1892, o governador Eduardo Ribeiro promulgou o Decreto 11, extinguindo o asilo e criando o Instituto Benjamin Constant. O nome foi uma homenagem ao militar Benjamin Constant Botelho de Magalhães. A administração desse novo estabelecimento escolar ficou a cargo das irmãs da Congregação Filhas de Sant’Anna, que chegaram a Manaus em 1893, vindas da Itália.

Na administração estadual de Efigênio Salles, em 29 de julho de 1929 foi inaugurada uma capela em honra à Sant’Anna, ampliada na década de 40. O Teatrinho Santa Rosa foi instalado em 1930 e as encenações eram realizadas pelas próprias alunas. Em 1969, o governador Danilo Areosa instalou a Fundação Educacional do Amazonas, que era responsável pelo ensino médio e primário, desativando o IBC. Na gestão de João Walter de Andrade, retoma as atividades como uma escola de regime misto. Em 1997, com a nomenclatura de Escola Estadual, passou a funcionar em um edifício alugado e encerrou suas atividades em 2001. Em 1998, recebeu a instalação do Centro de Informática Benjamin Constant (Ceinfor), funcionando até 2013 e sendo substituído no ano seguinte pelo CETAM.

ESCOLA ESTADUAL ESTELITA TAPAJOS – EDUCANDOS

Fundada no dia 11 de dezembro de 1964, a escola estadual Estelita Tapajós é uma das mais tradicionais do Amazonas, onde estudaram e lecionaram ilustres personalidades de nossa região.

Histórico do Patrono – Nascido em Manaus no dia 3 de janeiro de 1860, José Estelita de Monteiro Tapajós fez o curso primário na capital amazonense, o secundário em Belém e o superior (Medicina Psiquiátrica) no Rio de Janeiro, onde também defendeu tese de doutorado. Na sua trajetória de médico e gestor, foi diretor da Casa de Saúde ‘Dr. Eiras’ e como exímio pesquisador, viajou por vários anos pela Europa em missão de estudo. Ao retornar ao Brasil, esteve no Rio de Janeiro, depois São Paulo (capital), dali seguindo para Itatiaia e por fim para São Miguel do Paraíso, na região de Sorocaba, onde exerceu com responsabilidade e afinco sua profissão, segundo seus contemporâneos, tendo-a como verdadeiro sacerdócio.

Estelita faleceu aos 52 anos de idade, no dia 3 de dezembro de 1912. Professor de Biologia e cientista conceituado, foi homenageado pela Academia Amazonense de Letras, que o elegeu como patrono de sua cadeira de número 13, a qual imortaliza sua trajetória.

Histórico da Escola – Em meados do século XX, o idealismo de um grupo de jovens preocupados com a educação da juventude que não teve oportunidade de completar seus estudos deu origem à escola. Fazia parte deste grupo o enfermeiro Ivanildo Sena de Sá, que conseguiu, junto ao padre Antônio Plácido de Souza, um terreno de propriedade da Igreja Católica, no qual passaram a ser ministradas aulas de preparação àquelas pessoas.

À época, Klenyr Bentes ensinava Matemática; Antônio Lira, História e Rosendo Neto Lima, Língua Portuguesa e Geografia. Foi o embrião do Ginásio Estadual Estelita Tapajós, criado através da Lei nº 139, de 11 de dezembro de 1964, sancionada pelo então governador do Estado do Amazonas, Artur Cézar Ferreira Reis. Suas atividades, inicialmente, funcionavam na recém fundada Escola Diana Pinheiro, a partir do dia 30 de março de 1965, com aulas em três turmas de 5ª série, somando 133 estudantes. Após alguns anos de funcionamento no prédio da Escola Diana Pinheiro, o professor Ernando Ferreira Marques, que exerceu a função de Diretor de Ensino Médio da Secretaria de Educação e Cultura sugeriu que fosse restaurado o antigo prédio do Hospital Darcy Vargas a fim de obrigar a nova escola. Esta formou, no ano de 1986, a sua primeira turma em nível de 1º grau. A instituição contou com nomes ilustres no seu quadro docente e discente, dentre os quais o Governador do Estado, José Melo, que lecionou na instituição e é lembrado com carinho pela comunidade.

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