ASSIS CHATEUBRIAND
Uma Estação ou Emissora de Televisão é uma organização, companhia ou empresa que transmite (radiodifusão) conteúdo através da televisão aberta. Uma transmissão televisiva pode ser realizada tanto via sinais de televisão analógica terrestre quanto por televisão digital terrestre. Os padrões dos sistemas de radiodifusão televisiva são estabelecidos pelos governos locais, e variam ao redor do mundo. As estações de televisão que transmitem por um sistema analógico geralmente estão limitadas a um canal de televisão, enquanto a televisão digital terrestre permite a radiodifusão através de subcanais.
O termo «Estação de Televisão» geralmente é utilizado para se referir a estações de televisão terrestre aberta, e não a estações transmissoras de televisão por assinatura. A televisão no Brasil tem início comercialmente em 18 de setembro de 1950, quando foi inaugurada a TV Tupi em São Paulo, com equipamentos trazidos por Assis Chateaubriand, fundando assim o primeiro canal de televisão no país.
Cinco meses depois, em 20 de janeiro de 1951, entrou no ar a TV Tupi Rio de Janeiro. Desde então, a televisão cresceu no país e hoje representa um fator importante na cultura popular moderna da sociedade brasileira. Em 1955, foi inaugurada a TV Rio, aliandose à TV Record, inaugurada em 1953, das Emissoras Unidas. Em agosto de 1957, iniciaram-se as transmissões entre cidades no Brasil, com um link montado entre a TV Rio e a TV Record, ligando as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, com a transmissão do Grande Prêmio Brasil de Turfe, direto do Hipódromo da Gávea no Rio de Janeiro.
História – Os esforços para a implantação de uma emissora de televisão no Amazonas se deram a partir de 1965, quando os empresários Sadie Hauache e Khaled Hauache criaram a TV Manauara, um dos primeiros sistemas de televisão a cabo do país, utilizando cabos de transmissão alimentados pela rede elétrica que transmitiam para alguns dos cerca de 2 mil cidadãos que possuíam televisores em Manaus.
A experiência inovadora durou pouco tempo devido as dificuldades para manter a frágil rede de cabos, que frequentemente se rompiam ou eram cortados por linhas de papagaio.
A família Hauache posteriormente pleiteou a concessão de uma emissora de televisão aberta, criando em 1967 a Sociedade Televisão Ajuricaba Ltda., que posteriormente venceu a licitação do canal 38 UHF de Manaus, por acaso, o primeiro do país a ser utilizado por uma emissora de televisão, uma vez que as emissoras existentes até então eram alocadas apenas em canais da banda VHF (2 a 13) – os canais de TV em banda UHF (14 a 69) só passariam a ser utilizados em larga escala no Brasil no fim da década de 1980, com o aumento de concessões outorgadas para novas geradoras e retransmissoras e a consequente falta de espaço no espectro VHF.
TV Ajuricaba (1969–1986)
Vista aérea de Manaus, em meados da década de 1970. Os antigos estúdios e torre da transmissão da TV Ajuricaba, localizados no bairro de Santo Antônio, podem ser vistos no lado inferior esquerdo da foto, no alto do morro próximo à Ponte Presidente Dutra.
A TV Ajuricaba entrou no ar em caráter experimental em 31 de dezembro de 1968, transmitindo inicialmente o padrão de testes requerido na época pelo DENTEL durante 90 dias, seguida de uma programação experimental até a sua inauguração oficial em 5 de setembro de 1969. Seu primeiro logotipo era um índio, uma vez que o nome da emissora era uma referência ao herói nativo que havia se recusado a virar escravo dos colonizadores portugueses. De início, sua programação era toda feita ao vivo, e em maio de 1970, após a instalação do seu primeiro equipamento de vídeo-tape, passou a exibir programas produzidos pela TV Record, que na época encabeçava a Rede de Emissoras Independentes.
A partir de 1971, passou a levar ao ar atrações produzidas pela Rede Globo, da qual tornou-se afiliada em 1.º de maio de 1974. Em 1973, migrou do canal 38 UHF para o canal 20 UHF, o que já significava uma desvantagem em relação as suas concorrentes que surgiram no início da década de 1970, todas em canais VHF, uma vez que alguns televisores fabricados naquela época não possuíam sintonia para os dois espectros, necessitando de um conversor ou uma antena específica. Em 1977, a TV Ajuricaba expandiu-se para o interior do Amazonas com a criação da CEGRASA, um sistema de retransmissoras que chegou a estar presente em 38 municípios do estado. Como ainda não haviam transmissões via satélite, a emissora recebia fitas com a programação da rede vinda do sul do país em malotes, e posteriormente, enviava cópias das mesmas fitas de avião ou de barco para as demais localidades. A TV Ajuricaba, por sua vez, continuaria a receber parte da programação da Globo gravada até 1983, quando a rede passou a ter seu canal exclusivo via satélite.
Em 11 de maio de 1980, a emissora deixou o canal 20 UHF e passou a operar no canal 8 VHF, outorgado pelo Governo Federal em 1976. Com a troca, a TV Ajuricaba ficou em pé de igualdade com as concorrentes em termos de audiência, uma vez que seus telespectadores não precisariam mais sintonizar um canal alto para continuar assistindo sua programação.
A emissora e suas congêneres foram adquiridas pelo industrial Antônio Simões, proprietário do Grupo Simões, cuja atividade principal era a fabricação e distribuição de bebidas na região Norte. Posteriormente, terminada a ditadura, os Hauache ganharam novas concessões para um canal de televisão e uma estação de rádio em Manaus, que vieram a ser a TV Manaus e a Você FM, fundadas em 1993. No fim de 1985, a Rede Globo anuncia que não irá renovar seu contrato de afiliação com a TV Ajuricaba, previsto para expirar em junho de 1986, movendo sua programação para a TV Amazonas.
REDE AMAZÔNICA
A Rede Amazônica, é uma rede de televisão comercial aberta brasileira com sede na cidade de Manaus. Criada em 10 de agosto de 1972, é a maior rede de televisão da Região Norte do Brasil com 16 emissoras afiliadas à TV Globo em cinco estados (Amazonas, Acre, Amapá, Rondônia e Roraima). São mais de 150 municípios cobertos e cerca de 6,2 milhões de telespectadores potenciais.
A história da empresa teve início no fim da década de 60, quando o empresário Joaquim Margarido, e os advogados por formação e jornalistas por paixão Phelippe Daou e Milton Cordeiro, resolveram abrir uma agência de publicidade, a ‘’Amazonas Publicidade’’ que ocupava duas salas em um prédio na Avenida Eduardo Ribeiro, no Centro de Manaus. Em 1 de setembro de 1972, a rede iniciou suas transmissões já com imagens coloridas. Algo inédito em todo o território nacional, onde emissoras dos grandes centros ainda transmitiam imagens em preto e branco. Os três sócios, conjuntamente com Robert Phelippe Daou, formam a Rádio TV do Amazonas Ltda., em junho de 1969, a fim de concorrer a essa concessão. A outorga da concessão ocorre a 11 de junho de 1970, sendo que as emissões da TV Amazonas tiveram início a 01 de setembro de 1972, através do canal 5, não se encontrando veiculada a qualquer rede nacional, transmitindo programas enlatados, como filmes e seriados de distribuidoras como a Fox e a Columbia Pictures, até se tornar afiliada da TV Bandeirantes em 1975.
O grupo decide investir na sua expansão na região Norte do país, tendo sido inaugurada a TV Rondônia em 13 de setembro de 1974, sob a concessão do Decreto n.º 72.089. Seguiram-se a TV Acre, inaugurada oficialmente a 16 de outubro de 1974 (sede em Rio Branco; concessão sob o Decreto n.º 73.981), a TV Amapá, que iniciou as suas emissões oficiais a 25 de janeiro de 1975 (sede em Macapá; concessão sob o Decreto n.º 74.865) e a TV Roraima, a 29 de janeiro de 1975 (sede em Boa Vista; concessão sob o Decreto n.º 74.704). As transmissões eram asseguradas através do videocassete, transportado por meio terrestre, aéreo ou marítimo, até 1982, aquando do início das transmissões via satélite Intelsat.
A afiliação com a TV Bandeirantes durou até 1982 para todas as emissoras, com exceção da TV Amazonas, passando estas a retransmitir a programação da TV Globo. Foi somente em 1986 que a TV Amazonas igualmente se torna afiliada da emissora carioca, permitindo a unificação da programação e a transmissão de programas produzidos em Manaus para as emissoras e retransmissoras da rede, através de um canal do Brasilsat. A unificação da programação durou até 2010, quando se verificou o processo inverso, a estadualização dos sinais. Dois anos depois, em 1988, é lançado o canal por satélite Amazon Sat, com o propósito de transmitir conteúdo sobre a Amazônia aos estados servidos pela Rede Amazônica bem como a mais de 50 municípios na restante Amazônia Legal, através de operadoras de televisão por assinatura e pela web-rádio Echos da Amazônia. Atualmente, conta com cinco emissoras próprias, 11 minigeradoras e mais de 200 retransmissoras, para além de manter uma parceria com a rede estado-unidense CNN e uma sucursal em Brasília.
Em 2016, a primeira geração de proprietários da empresa acaba falecendo. Em 5 de outubro, morreu Joaquim Margarido, vítima de um câncer. No dia 30 do mesmo mês, morreu Milton Cordeiro, vítima de uma pneumonia. E em 14 de dezembro, o então presidente do grupo e último remanescente, Phelippe Daou, morreu vítima de falência múltipla dos órgãos.
TV A Crítica (também conhecida como A Crítica) é uma emissora de televisão brasileira sediada em Manaus, capital do estado do Amazonas. Opera no canal 4 (17 UHF digital) e faz parte da Rede Calderaro de Comunicação, do qual também fazem parte o periódico homônimo A Crítica e o Manaus Hoje, as rádios FM O Dia Manaus e Jovem Pan FM Manaus, a Inova TV, entre outros veículos.
TV Baré (1972–1986)
Logotipo da TV Baré, usado até 1986
Em 1968, o Governo Federal lançou concorrência para segundo canal de televisão em Manaus. Na época, a TV Ajuricaba estava no ar desde 1967, através do canal 38 UHF. Porém, algumas residências já tinham aparelhos de televisão (cerca de 2 mil televisores para uma população de 300 mil habitantes em Manaus), que na época recebiam sinais vindos do canal 2 da RCTV (sinal de emissora vinda de Caracas, capital da Venezuela) de maneira muito precária, pois tinha chiado e péssima imagem. O grupo Diários Associados ganhou a concorrência e obteve a concessão em 1968. Para colocar a emissora no ar, foi formado empresa com 30 sócios (entre eles, o empresário Umberto Calderaro Filho, dono do jornal A Crítica), com cada um das cotas, todos ligados aos Diários Associados, entre estes o jornalista Alfredo Sade (falecido em 1971).
Após os testes de sinais, sons e equipamentos, a TV Baré entra no ar em 2 de junho de 1972 transmitindo a cerimônia de abertura direto do Palácio Rio Negro, com um discurso do então governador do Amazonas, João Andrade onde ao final ele diz: “Autorizo a partir deste momento, o inicio do funcionamento e das atividades da Rádio e Televisão Baré, canal 4 de Manaus”, seguido das imagens do índio curumim com a frase “No Ar, a Pioneira em ImagemSom, Alcance e Côr!” sendo esse slogan utilizado como um anuncio das futuras transmissões em cores. Assim, a recém-fundada emissora passa a ser afiliada da Rede Tupi, até então era da TV Ajuricaba, de 1967 a 1972, quando ocorre a inauguração da nova emissora e ser apenas exibidora da REI. Inicialmente, a transmissão da programação da Tupi era feita por fitas e películas de filmes enviadas da cidade de São Paulo, gerando atraso bastante por semanas a exibição da programação (novelas, partidas de futebol e outros eventos) em relação de São Paulo. Diante disso, ampliou a programação local. Entre 1974 e 1976, a TV Baré passou também a exibir atrações produzidas pela REI, depois que a TV Ajuricaba, sua antiga parceira, passou a retransmitir a programação da Rede Globo na íntegra. Durante esse período, permaneceu como líder de audiência no estado do Amazonas, vindo a perder gradativamente a audiência à medida que a Tupi agravava a sua crise financeira-administrativa.
Com a falência da Rede Tupi em 1980, a TV Baré passou a gerar sua programação de maneira independente, até tornar-se afiliada ao SBT, em 1981. A sociedade da emissora constituía-se de 30 acionistas, que posteriormente venderam suas cotas ao empresário e jornalista Umberto Calderaro Filho, dono do jornal A Crítica, quando uma crise financeiraadministrativa atingia os Diários Associados. O jornalista assumiu o controle da emissora em 1986, e nesse ano, a TV Baré passa a se chamar ‘’TV A Crítica’’, assumindo o nome do jornal que era o carro-chefe da Rede Calderaro de Comunicação. Em 10 de agosto de 2009, a emissora em Manaus inaugura o sinal digital, sendo a primeira afiliada da Record na Região Norte com esta tecnologia, transmitindo para mais de 2 milhões de telespectadores em Manaus e municípios adjacentes, através do canal 17 UHF. Em 2 de junho de 2012, a emissora completou 40 anos de existência, com uma programação especial e o início das transmissões em 3D, sendo a primeira da Região Norte a implementar tal tecnologia. Em 4 de dezembro a emissora estreia o primeiro reality-show da TV amazonense, Peladão A Bordo – O Reality, em que as candidatas a Rainha do Peladão são colocadas em um barco de luxo, no qual elas participam de provas de eliminação a cada semana. Em 30 de janeiro de 2013 a emissora renova parceria entre os clubes de futebol amazonense e a Federação Amazonense de Futebol para a transmissão de mais um Campeonato Amazonense, na qual já havia transmissão pela emissora desde 2009. Em 15 de fevereiro o Boi Bumbá Garantido assinou contrato de exclusividade com a Rede Calderaro de Comunicação (TV A Crítica, emissoras de rádio, portal e demais veículos de comunicação do grupo) para a transmissão de suas apresentações oficiais no Festival Folclórico de Parintins por um período de 5 anos. O Boi Bumbá Caprichoso, por sua vez, também recebeu as propostas da Rede Calderaro de Comunicação, porém posteriormente decidiu por assinar contrato de exclusividade com a TV Amazonas. Entre os anos de 2008 e 2012 o Festival Folclórico de Parintins era transmitido para todo o Brasil através da Rede Bandeirantes.
Em 25 de junho a emissora lançou seu sinal digital em HDTV para a cidade de Parintins.
Sede da TV Baré, nos anos 80 Sede da TV A Critica em 2024
Logotipo da emissora entre 1986 e 1993.
O conceito era inspirado nas letras alfa e ômega do alfabeto grego.
O último dia da emissora como afiliada da Globo foi em 30 de junho, um dia após a final da Copa do Mundo FIFA de 1986. Como último programa, foi exibido às 23h50 locais o filme Amelia Earhart, dentro da sessão Festival de Sucessos. A TV Ajuricaba então saiu do ar por volta de 2h do dia 1.º de julho, retomando suas transmissões às 7h, com a estreia do telejornal RBN Notícias – Edição da manhã. A emissora juntou-se à Rede Manchete às 7h30, exibindo o programa educativo Qualificação Profissional, seguido às 8h de uma versão estendida da Sessão Animada, ambos programados localmente (na época, a Manchete só iniciava suas transmissões às 10h30). Nos primeiros dias, a programação da nova rede gerou reclamações dos telespectadores, que a consideravam pouco popular em relação à Rede Bandeirantes (esta por sua vez, ficaria sem sinal em Manaus até a criação da TV Rio Negro em 1987), característica que no entanto foi se alterando até o fim da década com as reformulações que a Manchete promoveu em busca de maior competitividade com as outras redes nacionais.
Diferente de outras afiliadas da Manchete em fusos horários diferentes de Brasília, a RBN exibia a programação da rede nos dias de semana e sábados com delay de uma hora no horário nobre. Inicialmente, essa mudança se fazia necessária devido à vigência da Censura Federal, que obrigava a adequação dos horários dos programas à classificação indicativa estipulada pelos censores, independente do fuso horário (algo que se repetiria anos mais tarde motivando a criação da Rede Fuso), mas depois de abolida a censura com a promulgação da Constituição de 1988, as mudanças passaram a acontecer em favor de exibir o seu notíciário, Jornal da RBN, antes do Jornal da Manchete, às 20h locais (a rede na época reservava o horário entre 19h30 e 20h para os telejornais locais das suas afiliadas). Outras adaptações também eram feitas na grade de programação para beneficiar os programas locais, atrasando ou adiantando os horários de algumas atrações da rede, principalmente no período vespertino. Durante a vigência do horário de verão, época em que o estado do Amazonas ficava com duas horas a menos em relação ao horário de Brasília, a RBN praticamente só exibia transmissões esportivas e coberturas jornalísticas da Manchete em tempo real. Após a venda da emissora em 1993, essas alterações deixaram de ocorrer.
O Grupo Simões ainda venceria, em 1988, uma licitação para operar o canal 6 VHF de Porto Velho/Rondônia, que veio a ser a RBN Porto Velho. A emissora de início era gerenciada pelo Sistema Imagem de Comunicação, que em 1991, inaugurou seu próprio canal de televisão, a TV Candelária (hoje SIC TV), e depois passou a ser controlada pelos donos de facto. Embora a RBN tivesse uma boa audiência, aliada à programação da Manchete, que oscilava entre o 2.º e o 3.º lugar no ranking nacional e local, isso não se refletia no seu departamento comercial. Tanto a televisão quanto a Rádio Ajuricaba operavam no vermelho, gerando prejuízos financeiros ao Grupo Simões, que colocou todos os seus ativos de mídia à venda em meados de 1991.
Como potenciais compradores, foram cogitados inicialmente o grupo cearense J. Macêdo, empresa do ramo alimentício, e o político e então senador Amazonino Mendes, sendo este último o que esteve mais próximo de fechar negócio. Amazonino faria uma sociedade com o empresário Antônio Dias da Silva, um dos executivos do Grupo Simões, e outros 15 cotistas que representariam sua parte na sociedade (uma vez que pela lei, parlamentares não podem ser donos de concessões públicas, o que inclui veículos de radiodifusão), desembolsando 20 milhões de dólares pelas empresas. Porém, devido a denúncias sobre a origem ilícita do dinheiro feitas por seus adversários políticos, o negócio não foi adiante, e o Grupo Simões continuou procurando outros compradores.
Em janeiro de 1993, a Igreja Evangélica Assembleia de Deus no Amazonas (IEADAM), liderada pelo pastor Samuel Câmara, apareceu como compradora, após o pastorado da igreja decidir adquirir uma emissora de rádio como forma de expandir os seus propósitos de evangelização para um número maior de pessoas. A IEADAM e o Grupo Simões negociaram a venda da Rádio Ajuricaba, mas atraídos pela oportunidade de levar também uma emissora de televisão, os pastores resolveram adquirir todos os ativos, chegando a um acordo em 7 de janeiro. A IEADAM deveria pagar 3,25 milhões de dólares (o equivalente na época à 45 bilhões de cruzeiros), divididos em prestações. Em 15 de janeiro, ao firmar o contrato de venda, a igreja deu uma entrada de 100 mil dólares, devendo ainda pagar mais uma parcela no valor de 450 mil nos próximos 60 dias para assumir o controle definitivo dos veículos – caso contrário, a venda seria anulada, e todo o dinheiro que já havia sido pago, perdido –, e mais 24 parcelas nos meses subsequentes para completar a transação. À época, a arrecadação da IEADAM era inferior à 300 mil dólares mensais, e para completar a quantia necessária, a igreja mobilizou centenas de fiéis e membros. Vários deles penhoraram bens como imóveis, automóveis, joias e alguns passaram a vender lanches e roupas pelas ruas de Manaus.
TV AMAZONIA
A TV Amazônia, na primeira fase, entrou no ar já nos Anos 1990. Há pouca ou nenhuma informação sobre os primeiros anos da emissora ou afiliações de redes, pois era umas das primeiras TVs UHFs do Amazonas e na Região Norte.
Ficou ao ar até 2006, quando era afiliada à CNT. Depois de dois anos fora do ar, na segunda fase, a emissora retornou no dia 6 de julho de 2008, mantendo-se com a CNT.
Em 2010, a TV Amazônia, por um erro na frequência do satélite, retransmitiu por 3 dias, o sinal da TV Serra Dourada, emissora afiliada do SBT em Goiânia, Goiás, com que fez aqui a emissora de Silvio Santos tivesse 2 sinais do SBT em Manaus por 72 horas, por razão de ter a TV Em Tempo, emissora afiliada do SBT em Manaus, nos horários nobres, a população Manauara assistiu a programação 1 hora mais cedo da TV Serra Dourada e na TV Em Tempo 1 hora mais tarde.
No dia 26 de setembro de 2011, a TV Amazônia foi vendida para novo grupo, a Rede Tiradentes de Radio e Televisão e à meia-noite do dia 27 de setembro (hora de Manaus), a emissora saiu do ar, e a partir de então, passa por testes de sinais e sons para futura TV Tiradentes.
BAND AMAZONAS
No fim da década de 1980, a Rede Bandeirantes firmou uma parceria com o ex-governador do Amazonas, Gilberto Mestrinho, para a retransmissão do seu sinal através de uma nova emissora que seria pertencente a Francisco Garcia (que virou vice na chapa de Mestrinho para a eleição estadual de 1990).
A emissora foi inaugurada como retransmissora de TV (RTV) em 1987, um ano após a rede paulista ficar sem sinal com a desfiliação da TV Amazonas. Em 1989, recebeu o nome de TV Rio Negro, mas foi só em 13 de março de 1991 que a emissora foi oficialmente inaugurada. Nos anos 2000, exibiu o polêmico programa Canal Livre, apresentado por Wallace Souza, que alcançou altos índices de audiência. Contudo, o sucesso foi ofuscado pelo escândalo dos “Irmãos Wallace”, levando ao cancelamento do programa em 2009. A atração retornou à televisão na TV Em Tempo, afiliada ao SBT, com o nome de Programa Livre, mantendo-se no ar de 2013 a 2016. Em agosto de 2008, a emissora foi adquirida pelo Grupo Bandeirantes de Comunicação, sendo renomeada como Band Amazonas em 26 de março de 2009. Essa aquisição fazia parte da estratégia do Grupo Bandeirantes para proteger a cobertura da Band no Estado do Amazonas, em resposta à perda de cobertura do SBT na região alguns anos antes.
Primeiro logotipo da emissora, usado entre 2019 e 2023
A troca de afiliação e consequente inauguração da RecordTV Manaus era prevista para 17 de junho de 2019, quando a TV A Crítica terminaria sua afiliação e se tornaria uma emissora independente. No entanto, para surpresa dos telespectadores, a afiliação foi abruptamente encerrada à meia-noite de 3 de junho, duas semanas antes do previsto. A Record ficou fora do ar em Manaus e áreas próximas por três dias, tendo ativado às pressas o seu sinal em 6 de junho, quando passou a transmitir provisoriamente a programação de rede no lugar da TV Diário (remanejada para o canal 27 UHF em 15 de junho).
Na data prevista, foi realizada uma cerimônia de inauguração que contou com a presença do presidente da RecordTV, Luiz Cláudio Costa, e do governador do Amazonas, Wilson Lima. Às 11h locais, a RecordTV Manaus estreou sua programação local com o Balanço Geral Manaus, apresentado por Fabíola Gadelha, e durante a noite, foi a vez do telejornal Amazonas Record, sob o comando de Clayton Pascarelli. Em rede nacional, a 15.ª emissora própria da Record foi apresentada aos telespectadores durante o Jornal da Record, que teve a participação da âncora Adriana Araújo ao vivo de Manaus, diante do Teatro Amazonas.
Em 30 de outubro, Fabíola Gadelha deixa a apresentação do Balanço Geral Manaus, retornando para a matriz da Record em São Paulo, onde passou a fazer reportagens especiais para os telejornais da rede. Com isso, Clayton Pascarelli, que já apresentava as edições de sábado, tornou-se o titular da atração, deixando o Amazonas Record. Em seu lugar, assumiu a jornalista Natália Teodoro, vinda da Rede Amazônica, a partir de 11 de novembro.
Em 1.º de dezembro de 2021, Clayton Pascarelli foi demitido pela Record, segundo o próprio, sob a alegação de que não fazia mais o perfil da emissora. Em seu lugar, Paulo Carneiro, vindo da TV Jovem, assumiu o comando do Balanço Geral. Em 6 de novembro, seguindo o rebranding da rede, que voltou a ser chamada apenas de Record, a RecordTV Manaus passou a ser chamada de Record Manaus. Em 22 de outubro de 2024, buscando se aproximar dos canais de maior audiência na capital amazonense, a Record Manaus passou a operar no canal 14 UHF (virtual 15.1).
TV ENCONTRO DAS ÁGUAS
A TV Encontro das Águas é uma emissora de televisão pública brasileira sediada na cidade de Manaus, capital do estado do Amazonas. Mantida pelo Sistema de Comunicação Encontro das Águas, grupo vinculado ao governo amazonense que também controla a Rádio Encontro das Águas, é transmitida no canal virtual 2.1 através do físico 32 UHF digital, utilizado também para gerar a multiprogramação com três sinais do programa escolar governamental Aula em Casa. É afiliada à TV Brasil, sendo integrante da Rede Nacional de Comunicação Pública. A emissora foi inaugurada em 12 de março de 1971 durante a gestão do governador Danilo Areosa como TV Educativa (TVE) com o objetivo de oferecer ensino a alunos do primeiro grau de escolas públicas estaduais. O sistema educacional, no entanto, foi oficialmente implantado no ano seguinte mesclando aulas próprias com as da TVE Maranhão. Com sua descontinuidade em 1977, a emissora seguiu produzindo programas generalistas culturais, que já eram exibidos durante o período em que as tele aulas foram ao ar. Em 1993 tornou-se TV Cultura Amazonas, e em 2019 adotou a identificação atual.
Em 12 de março de 1971, três dias antes de Areosa deixar o governo, a TV Educativa entrou no ar às 16 horas pelo canal 2 VHF. Com ares de improviso, foi instalada numa escola desapropriada sem dispor de estúdio, equipamentos suficientes e corpo técnico experiente e com sinal emitido até apenas oitenta quilômetros de distância, não chegando a atingir o público interiorano. Após quatro meses funcionando em caráter experimental, a TVE iniciou sua produção local com um noticiário e, até novos programas serem criados, o restante da programação, operada entre 16h e 22h, exibia filmes, documentários e animações.
Em 20 de setembro de 2019 a emissora tornou-se TV Encontro das Águas, resultado de uma pesquisa contratada pelo governo amazonense que constatou que sua marca não alcançava um nível local. Desde então retransmite a programação da TV Brasil, antes compartilhada com a da TV Cultura.
Existem outras emissoras de televisão em Manaus, peço desculpas pelo espaço do artigo, de não tê-las cita-las.
Espero que tenham gostado.