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Dia dos Namorados anima comércio

Por Marco Dassori

25 de abril de 2023 às 15:01 Compartilhe

O comércio de Manaus ainda não passou pela prova de fogo do Dia das Mães, mas já se prepara para o Dia dos Namorados. Um dado que anima os lojistas é que três em cada quatro consumidores manifesta vontade de ir às compras. Mas, em sintonia com os tempos de crise e a tendência captada em outras datas comemorativas, o manauense sinaliza querer gastar pouco: quase metade espera limitar o valor a R$ 100, de preferência em bens não duráveis ou semiduráveis. E, apesar da escalada dos jurose da inadimplência, mais de 60% ainda preferem parcelar a compra a crédito. E o que revela a pesquisa do Ifpeam (Instituto Fecomércio de Pesquisas Empresariais do Amazonas).

A Fecomércio-AM (Federação do Comércio de Bens,Serviços e Turismo do Estado do Amazonas) estima que as vendas devem crescer entre 4% e 6%. A boa notícia é que 75% dos consumidores estão dispostos a presentear na data comemorativa que abre o segundo semestre -0 mais promissor para o varejo. A má é que o percentual ficou abaixo do atingido em 2022 (90%), conforme o Ifpeam. Entre aqueles que avisaram que vão fugir das compras, 55% justificam dizendo que não têm namorado ou namorada. Mas, fatores econômicos, como falta de dinheiro (27%), ou prioridade do uso da renda para pagar dívidas (18%), também pesam na decisão.

Um em cada três consumidores está disposto a gastar de R$ 101 a R$ 200 (32%). Mas, o somatório dos que pretendem limitar o valor a R$ 80 (17%) ou R$ 100 (31%), é quase metadedo total. A minoria espera dispender entre R$ 201 e R$ 300 (17%), ou até passar de R$ 400 (3%). “Os consumidores estão dispostos a gastar, mas com cautela”, destacou o Ifpeam, no texto da pesquisa. “O aumento do custo de vida pode ter influenciado na queda do valor médio dos presentes e da faixa de gastos Então, para as pessoas não deixarem de presentear, preferem diminuir o valor do bem comprado”, emendou.

Valor agregado

Na lista de compras, predominam itens tradicionais e de menor valor agregado, como perfumes e cosméticos (19%), calçados (17%), vestuário (16%) e bolsas e acessórios (15%). Há quem esteja disposto a investir mais e adquirir smartphones (9%), viagens e passeios (6%), ou joias e relógios (3%). Outras opções são cestas/chocolates (7%), flores/buquê (5%), ou almoço/jantar (3%). Conforme o Ifpeam, a lista de desejos dos “mostra que 0 presenteados consumidor gosta de combinar presente com ocasião” É encabeçada pelos mesmos três itens, mas celulares e 08 produtos de joalheria sobem de posição, e o rol ganha o acréscimo de
lingerie (3%).

A melhor boa notícia para os lojistas de Manaus é que 79% dos consumidores manifestaram preferência pelas compras no comércio presencial. Dentro desse grupo, a preferência é pelos shoppings (29%), seguidos de perto pelo varejo do Centro da cidade (24%), em detrimento de lojas de rua e de bairros (19%), lojas de departamentos (15%) e galerias populares (13%). Entre os 21% que escolhem as compras online, as opções são sites/lojas virtuais (50%), Instagram (45%) e Whats App (5%).

Entre os principais fatores que os entrevistados revelam influenciar as compras, fatores econô-micos como preço (18%) e promoções e descontos (14%) ganham destaque e, em menor grau, frete grátis (7%) e facilidade de pagamento (4%) também são citados. Mas, qualidade dos produtos (16%), localização (15%), diversidade de produtos (11%), segurança (9%) e atendimento (6%) também têm relevância no coração dos consumidores de Manaus.

 

Em paralelo com a escalada das taxas de endividamento e inadimplência registradas em meses mais recentes, a maioria esmagadora dos manauenses ainda prefere adiar o pagamento e fazê-lo em diversas prestações. Cartão de crédito parcelado (62%) está no topo da preferência dos entrevistados pelo Ifpeam, com uma boa
vantagem sobre meios de pagamento à vista, como dinheiro, Pix, transferência bancária,  etc (16%). A lista se completa por crediário/carnê e cartão da própria loja (13%) e cartão de crédito à vista (9%).

“Consumidor comedido”

Em entrevistas recentes à reportagem do Jornal da Commercio, 0 presidente em exercício da Fecomércio-AM, Aderson Frota, salientou que o varejo vem de um 2022 “difícil”, com o aumento do endividamento das famílias gerando queda de consumo, em virtude da escalada da inflação e dos juros.Em nova entrevista, o dirigente reforçou que 2023 mostrou pouca melhora em termos de PIB e empregos, embora ressalte que a “a economia está se reinventando”, o que ainda motiva otimismo.

“Estamos em um impasse e muitas coisas ainda dependem de definição. Temos, naturalmente, expectativas de que isso vai passar, na medida em que o governo sinalizar com novas medidas econômicas”, frisou. “Mas, apesar das dificuldades, a perspectiva de um crescimento nas vendas durante o Dia dos Namorados é real. E, se conseguirmos crescer sobre ano passado, de 4% a 6%, será muito bom”, emendou.

Já o presidente da assembleia geral da ACA (Associação Comercial do Estado do Amazonas), Ataliba David Antonio Filho, lembra à reportagem do Jornal do Commercia que o Dia dos Namorados é considerada a sexta data comemorativa mais importante do calendário do comércio, quandonos referimos ao consumo. Mas, concorda que a permanência de uma conjuntura de condições macroeconômicas desfavoráveis acaba freando o consumo.

 

“A grande maioria dos consumidores elege bens não duráveis de baixo valor aquisitivo e grande rotatividade, e principalmente do mercado de consumo feminino. Ves-
tuários e calçados de valores acessíveis perfazem bens semiduráveis para os mercados feminino e masculino. Acho que o consumidor está mais comedido nos gastos que a opção mesmo pelo menor é consumo e, de preferência, suavizado em módicas prestações. Dessa forma, ele avalia que pode evitar o endividamento a restrição de seu nome ao crédito”, concluiu.

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