“Um real fraco só beneficia monopólios e oligopólios exportadores, e força os brasileiros a terem prejuízos constantes.”
Como o país exporta mais do que importa, este comércio líquido positivo nacionalmente ganha mais em reais com a alta do dólar quando realiza ou recebe os pagamentos, e perde quando a cotação cai.
Este efeito se verifica no saldo da balança comercial de 2024, superavitário em 75 bilhões dólares segundo o Banco Central, e este valor convertido à taxa de 31/12/24 de R$ 6,19 equivale a R$ 461,8 bilhões; como o dólar em 24/01/25 chegou a R$ 5,89, o novo valor dos mesmos dólares caiu para R$ 439,4 bilhões, com perda de R$ 22,4 bilhões no período.
Embora o superavit em dólar seja um ganho nacional, cerca de 40% de sua composição está concentrada nas exportações de petróleo, soja e minérios, gerando lucros principalmente para a Petrobrás, o agro de grande porte e a Vale de Carajás, sem benefícios diretos mensuráveis para a população.
Quanto mais o dólar aumentar, mais ganhos haverão para os exportadores.
Com efeito contrário e afetando diretamente o consumidor pela inflação, a alta do dólar exige mais reais para sua quitação sem que haja geração de novos reais, forçando a busca da diferença através do aumento dos preços das mercadorias, gerando assim a citada inflação.
Nacionalmente ainda, como o Brasil tem uma dívida externa de aproximadamente 790 bilhões de dólares (tanto das empresas quanto do próprio país), a alta do dólar, além de gerar a mencionada inflação pelos preços das mercadorias das empresas, diminuirá os recursos em reais para investimentos e até custeio no orçamento do país, porque serão precisos mais reais para pagar os juros e o valor principal da dívida própria.
Um dos problemas desta variação do dólar é que em certos casos o aumento de preço das mercadorias não é absorvido pelo consumidor, reduzindo o volume de negócios e obrigando à diminuição do repasse para os preços. Esta prática reduz o resultado das empresas podendo até lhes causar prejuízo.
Daí a importância de fortalecer o real através de políticas que fomentem a produtividade e o aumento de investimentos para incrementar o PIB acima dos níveis de inflação.
Produtividade é fruto de tecnologias, pesquisa e educação de alto nível; aumento de investimentos é resultado de ambientes economicamente estáveis e legalistas quanto aos aspectos regulatórios da nação.
É assim no mundo inteiro, e o Brasil, caso se afaste destes eixos, terá dificuldades para construir um real forte.
Um real fraco só beneficia monopólios e oligopólios exportadores, e força os brasileiros a terem prejuízos constantes.
Amazonólogo, MSc em Sociedade e Cultura da Amazônia – UFAM, Economista, Contabilista, Professor de Pós-Graduação e Consultor de empresas especializado em ZFM.
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