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Bares antigos de Manaus

Por Paulo Almeida Filho

2 de outubro de 2023 às 16:22 Compartilhe

BAR DO ARMANDO

Com mesas na calçada e pertinho do Teatro Amazonas, o bar serve sanduíches bem temperados acompanhados por cerveja gelada. A casa costuma lotar à tardinha e à noite, quando começa o som – samba e MPB. Bar do Armando resiste ao tempo e se firma como um dos points de entretenimento de Manaus. Um patrimônio histórico do Amazonas.

Com 58 anos de história, o Bar do Armando, localizado no Centro histórico de Manaus, próximo ao Teatro Amazonas, tem resistido ao tempo e se firmado como um dos points culturais e de entretenimento da cidade. Considerado Patrimônio Cultural do Amazonas, o Bar sobreviveu aos impactos causados pela pandemia do Covid-19 e está em pleno funcionamento, com abertura diária às 13h e fechamento às 3h, após alterações do decreto governamental. A empresária Ana Cláudia Soares lembrou que o estabelecimento passou quase nove meses fechados intercalando a abertura conforme as medidas de segurança anunciados pelo Governo do Estado. Segundo ela, o local já esteve em situação difícil mas conseguiu superar e manter aberto um dos locais mais tradicionais de Manaus. “Tivemos momentos que mal pagávamos as contas e com um faturamento muito baixo. Sei que não é apenas no Brasil mas em vários outros países estão passando pela mesma dificuldade com a retomada na economia. Tenho certeza que iremos superar”, comentou.

É o tipo de boteco feio, mas famoso por servir bolinho de bacalhau e pastel de carne com queijo. O visual desorganizado do lugar não é muito convidativo, porém o Bar do Armando é considerado um dos melhores bares de Manaus.

Não vá esperando conforto, pois é um lugar simples, antigo e supertradicional, que faz parte do roteiro básico da cidade. A Banda da Bica 2023 homenageia os 60 anos do Bar do Armando.

A marchinha oficial da Banda da Bica para o Carnaval 2023 homenageia os 60 anos do tradicional Bar do Armando, no Centro de Manaus.

A composição fala sobre a transformação do estabelecimento, que era uma mercearia, em um dos bares mais famosos da capital. O bar foi fundado pelo português Armando Dias Soares em 1963 e foi o berço da Banda Independente da Confraria do Armando, a Bica.

 

O JANGADEIRO

Ambiente simples, com decoração rústica e artigos que lembram Portugal, essas são algumas das características do bar ‘O Jangadeiro’.

Possui mais de seis décadas de existência.

Localizado na Rua Marquês de Santa Cruz, o local é point para os amantes do samba de raiz.

Bar tradicional, o Jangadeiro oferece uma variedade de petiscos, mas o segredo está na pimenta servida. A receita existe há anos na família.

 

BAR DO CARVALHO

Na esquina da rua Ipixuna com a avenida Castelo Branco, bairro da Cachoeirinha, zona sul de Manaus, um bar tímido atrás das copas das árvores esconde histórias para mais de três gerações. O prédio do Bar do Carvalho tem 104 anos.

O primeiro José Carvalho da família era português e chegou em Manaus no início do século XX também com a proposta de montar um mercado, que por sinal, ganhou fama pela cidade. Mas quem deu nome ao bar foi o filho, também José Carvalho, que iniciou a tradição na década de 1950.

Nas primeiras décadas do século XX funcionava um comércio de estivas no prédio. As portas foram fechadas por alguns anos com a derrocada da era da borracha, e reabertas em 1955 por José Carvalho; que mantém aberto até os dias de hoje.

A esquina onde está localizado o bar, já foi palco de muitos noticiários policiais de antigamente, tudo por causa dos inúmeros acidentes automobilísticos com vitimas fatais que aconteciam por ali, tanto que o local ficou conhecido como “A Curva da Morte”.

 

BAR DO CIPRIANO 

O Bar do Cipriano, chamado também como Confraria Bar do Ferrão, localizado na esquina da Avenida Ayrão com a rua Ferreira Pena, foi fundado em 1958, e ficou famoso por receber personalidades do mundo artístico e da comunicação de todo o Brasil.

Muito frequentado por empresários e boêmios da velha guarda de Manaus, o estabelecimento não perdeu a essência também na aparência física.

As portas de madeira, o piso, as árvores na calçada, tudo isso fazem com que mais de meio século de existência justifique a fama do local.

O bar é conhecido pela tradicional Malhação de Judas, costume antigo da Igreja Católica, na Semana Santa.

 

BAR CALDEIRA

O nome original do estabelecimento na esquina das ruas José Clemente e Lobo D’Almada era Mercearia Nossa Senhora dos Milagres.

Mas, no dia 14 de Janeiro de 1970, a história de Manaus foi registrada por uma grande tragédia. Neste dia, ocorreu a explosão das caldeiras da Santa Casa de Misericórdia, vitimando fatalmente 3 pessoas e deixando outras 15 feridas. O barulho da explosão foi tão ensurdecedor, que todos os moradores das ruas José Clemente e Lobo D’Amada, correram para as janelas de suas casas, onde viram pedras e destroços voando por todos os lados, os mesmos achavam que se tratava de um terremoto, visto que tal explosão, fez com que tremesse o Tribunal de Justiça, o Quartel do Comando Militar da Amazônia, a Gráfica Rex e dezenas de casas da José Clemente, Lobo D’Almada e Dez de Julho.

A causa da tragédia foi uma super pressão no interior das caldeiras, em decorrência do entupimento da válvula de escape e o excesso de lenhas colocadas pelos foguistas (funcionário incumbido da alimentação, vigilância e manutenção de uma caldeira). E foi ao meio dessa tragédia no centro de Manaus que o Bar Caldeira, que até então antes se chamava “Bar Nossa Senhora dos Milagres” mudou o nome, sendo que por um milagre, nenhum boêmio fora atingido pelos destroços da explosão da caldeira do Hospital da Santa Casa de Misericórdia.

Intitulado pelos clientes como Templo Sagrado Caldeirense, o bar exalta todas as expressões artísticas, possui ainda uma galeria de artes, promovendo eventos independentes. Além de movimentar economicamente e culturalmente o centro de Manaus, o Caldeira é conhecido por promover a difusão e conexão do público com os artistas amazonenses.

 

Existem muitos outros bares de boas recordações em Manaus. Nominar cada um deles seria impossível descrever as belíssimas conversas acontecidas em seus ambientes como:

Bar do Pinguim, praça do Congresso, perto do Ideal;

Bar Amarelinho, 1º lugar de chope em Manaus, perto da Praça da Policia, na av. Getúlio Vargas;

Bar Natália, ao lado do Colégio Militar, na rua Epaminondas; Canto da Peixada, na av. Ayrão;

Peixaria São Francisco, no Educandos; Cabana dos Bares, hoje escola Martha Falcão; Cantinho da Fossa, na av. Airão;

Entre tantos outros.

Espero que tenham gostado.

 

Paulo Almeida Filho – Inativo/Am

FONTE: Wikipédia, Google.

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