O Rio Amazonas/Solimões, enfrenta a maior seca da história com registro de -94 cm em Tabatinga (AM), superando a mínima de -86 cm, de 2010, conforme os dados do 35º Boletim Hidrológico da Bacia do Rio Amazonas, divulgado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB).
O Rio Amazonas/Solimões chegou às cotas mais baixas de maneira antecipada. Nas duas únicas vezes em que observamos cotas negativas (2010 e 2023), a mínima foi atingida somente em outubro. Por essa análise, e diante da previsão de chuvas abaixo do esperado para as próximas duas semanas, as projeções indicam que o cenário pode se agravar, disse André Martinelli, gerente de Hidrologia e Gestão Territorial da Superintendência Regional de Manaus (SUREG-MA).
Essa situação do Rio Amazonas/Solimões, pode influenciar outros trechos, como o Rio Negro, em Manaus (AM). De acordo com o boletim, o Rio Negro está na cota de 20,27 m, ou seja, 2,60 m abaixo do normal para a época. A seca também afeta outros rios em outros estados da região. Em Porto Velho (RO), o Rio Madeira registra a cota de 1,34 m – a 2ª mínima da história, atrás da marca de 1,10 m registrada em 2023. O Rio Acre, na cidade de Rio Branco (AC), também enfrenta uma seca grave. Nesta dias, foram observadas a marca de 1,31 m – a quinta cota mais baixa já observada.
A conservação dos ecossistemas aquáticos da Bacia Amazônica, tem inspirado uma série de iniciativas que levaram a uma compreensão mais profunda dos ecossistemas de várzea e sua importância para a biodiversidade aquática e terrestre.
Contribuições importantes vêm ocorrendo principalmente através de iniciativas com manejo de peixes e outras espécies aquáticas em escala local. Esses avanços tem contribuído na melhoria da qualidade de vida das populações locais que dependem destas espécies para sua subsistência. No entanto, esses avanços positivos também expuseram os desafios associados com a gestão de dinâmicas hidrológicos complexas e espécies que migram longas distâncias durante o seu ciclo de vida, e servem para destacar a necessidade de uma gestão dos recursos aquáticos em escalas múltiplas, da escala comunitária local até a escala global do sistema hidrológico por completo.
Baseando-se em décadas de trabalho nas florestas alagadas do Brasil e do Peru, a WCS lançou uma iniciativa inovadora que reconhece o valor da pesca, da vida selvagem e dos seus habitats aquáticos na Amazônia Ocidental e a necessidade de gerir esses recursos de forma sustentável e contribuir para a qualidade de vida da população local: Amazon Waters. A WCS está trabalhando para construir ferramentas de análise, mecanismos de gestão e políticas, e parcerias que permitam que a conservação possa ser planejado e coordenada na escala adequada para gerir de forma eficaz as complexas atividades biológicas e econômicas da região.
A escala deste trabalho é inédita e atravessa fronteiras internacionais que incluem o Brasil, Peru, Bolívia, Equador e Colômbia. Esta escala é fundamental e permitirá compreender, priorizar e gerenciar os processos ecológicos em toda a região influenciada pelo grande fluxo do sistema hidrográfico do Rio Amazonas.
A maioria das pessoas, quando pensa na Amazônia a primeira imagem que vem à cabeça é a de uma região coberta por uma vasta floresta tropical. E realmente, as florestas tropicais de terra firme cobrem aproximadamente 80% da Bacia Amazônica. Mas, é fácil esquecer que o que faz da Amazônia uma região única, não é somente o fato de possuir uma grande área de florestas (como as que existem na América Central, África e Sudeste Asiático), é também os espetaculares e complexos ecossistemas aquáticos que se formaram ali, e que em conjunto com a floresta, sustentam a vida humana e selvagem.
A Bacia Amazônica é o maior sistema hidrográfico do planeta, cobrindo uma área equivalente ao território continental dos Estados Unidos, e é responsável por 15-16% da água doce que chega aos oceanos.
O Estado do Amazonas no Brasil, onde a WCS foca seus trabalhos, é único em termos de tamanho e abundância de florestas, lagos de várzea, e outras paisagens aquáticas, habitats onde a vida selvagem prospera, incluindo espécies icônicas como a onça-pintada, jacaré, botocor-de-rosa, peixe-boi, ariranha e a tartaruga-da-amazônia. Não podemos esquecer os peixes! Apesar de historicamente o extrativismo de óleos vegetais e borracha terem atraído maior interesse econômico para a Bacia Amazônica, a pesca ainda é o principal recurso natural proveniente dessa região.
Além de suportar a maior diversidade de espécies de peixes de água doce do planeta (1800-3000 espécies), o sistema fluvial amazônico é um dos mais significativas em termos de produção total de peixes. Ali encontram-se algumas das maiores espécies de peixes de água doce do mundo, incluindo o pirarucu, que pode crescer até 3 metros e pesar 200 kg, assim como espécies migratórias que se distribuem ao longo de milhares de quilômetros e que são de extrema importância para a subsistência das populações humanas.
As ameaças a conservação da Amazônia não estão somente no desmatamento, mas também na construção de hidroelétricas, estradas e minérios, nas mudanças climáticas e extração de petróleo.
Uma ameaça importante é o crescimento desordenado das cidades cujas populações em expansão aumentam a pressão de consumo sobre os recursos naturais dos rios do Amazonas, abrindo mais mercado especialmente para o comércio ilegal de peixes, tartarugas e carne silvestre. A combinação do desenvolvimento de infraestrutura (como as barragens) e as mudanças climáticas podem perturbar os ciclos de inundação da Bacia Amazônica, alterando a sedimentação, a qualidade da água e os habitats que peixes, tartarugas, onças e uma infinidade de outras espécies aquáticas e terrestres, dependem para sua sobrevivência.
No intuito de desenvolver propostas e ações para prevenir e mitigar os impactos provenientes destas ameaças, a WCS busca trabalhar em escala local (com comunidades e outras instituições dentro e fora de áreas protegidas), em escala regional (trabalhando com gestores públicos para desenvolver sistemas de gestão e monitoramento das atividades), e finalmente em escala nacional e internacional, através de ações que geram subsídios para o manejo sustentável dos recursos pesqueiros ao longo de toda a bacia e seus tributários, incluindo a minimização de impactos de barragens em áreas de cabeceiras no Peru.
A importância da água da Amazônia em números – Seca histórica e El Ninõ evidenciam a importância da Amazônia como grande fornecedora de água do Brasil.
A Amazônia, crucial para o equilíbrio climático global, tem enfrentado mais um desafio, a seca. Mesmo com a volta das chuvas, os rios da região seguem com um dos volumes mais baixos da sua história recente. Esse fenômeno, agravado pelo El Niño e crise climática, já teve impactos significativos na região, afetando os ecossistemas, a sociedade local – em particular os moradores das periferias das grandes cidades, os ribeirinhos, agricultores familiares e comunidades indígenas – e até a geração de energia nas controversas Usinas Hidrelétricas (UHEs).
Apesar de secas anteriores em 2005 e 2010, que reduziram os leitos de rios, lagos e igarapés, resultando na morte de peixes e botos devido ao aquecimento das águas e à diminuição de oxigênio, este ano tem sido marcado por manifestações ainda mais intensas desse fenômeno.
Os estados da Amazônia Legal são responsáveis por mais de 26% da geração de energia elétrica nacional, mesmo assim, mais de 14% de sua população não tem acesso a essa energia gerada no Sistema Interligado Nacional (SIN), um sistema de produção e transmissão de energia elétrica, que liga as usinas aos consumidores ao redor do país.
Se, por um lado, a Amazônia configura um grande fornecedor de energia para o resto do país, por outro, internamente, parte da sua população fica desconectada. Essa distorção obriga cerca de 3 milhões de habitantes da região a serem abastecidos por usinas locais, não conectadas ao SIN, em sua maioria termelétricas abastecidas a óleo diesel, nos chamados Sistemas Isolados.
Além disso, aproximadamente 1 milhão de pessoas vivem sem acesso perene à energia elétrica, contando com apenas algumas horas de energia por dia, por meio de geradores a diesel ou a gasolina.
Os números falam por si e são um alerta para a necessidade de atenção diante da considerável interferência humana na região, incluindo desmatamento, queimadas, construção de estradas, atividades mineradoras e agronegócio.
Fatores que demandam uma resposta mais efetiva de toda a sociedade, das Prefeituras, dos estados e do Governo Federal. É especialmente crucial agir diante de alertas prévios sobre esses eventos climáticos extremos, visando a proteção e preservação desse ecossistema vital. De acordo com o estudo ―Fatos da Amazônia: Meio Ambiente e uso do solo‖, do projeto Amazônia 2030, a bacia amazônica é a maior do mundo, abrange quase 7 milhões de km², incluindo a Pan-Amazônia.
O Rio Amazonas, com seus 6.400 a 6.800 km de extensão, é o seu principal curso d’água, alimentado por cerca de 1.100 afluentes que se estendem pela Calha Sul (Purus, Madeira, Tapajós, Xingu etc.) e Calha Norte (Negro, Nhamundá, Trombetas, Jari etc.). Durante as cheias, esses rios podem inundar uma área de até 100.000 km², uma área maior do que estados como Santa Catarina, que tem aproximadamente 95 mil km² e Pernambuco, com 98 mil km².
Esses rios desempenham um papel vital na vida cotidiana dos habitantes da Amazônia, servindo como rotas de transporte e meio de escoamento de produtos regionais. Além disso, alguns afluentes do Rio Amazonas são fundamentais para a produção de energia hidrelétrica no Brasil, como é o caso das Usinas Hidrelétricas (UHEs) de Tucuruí (rio Tocantins), Belo Monte (rio Xingu), Jirau e Santo Antônio (rio Madeira), entre outras.
No entanto, dados recentes apontam para mudanças preocupantes nessa vasta rede hidrográfica. A superfície coberta por água na Amazônia Legal diminuiu de quase 130 mil km² em 1999 para 106,6 mil km² em 2020, representando uma redução de 17%.
O PLANETA ÁGUA TEM ATÉ UM RIO DEBAIXO DE OUTRO
Segundo o cientista indiano Valiya Hamza, debaixo da calha do rio Amazonas tem outro rio subterrâneo, que atinge quatro mil metros de profundidade, numa extensão de 6 mil quilômetros. Ao visitar Alter do Chão, pisa-se o coração do Planeta Água: a Amazônia. Água é o que faz a Terra diferente dos outros planetas. Segundo o cientista indiano, debaixo da calha do rio Amazonas tem outro rio subterrâneo, que atinge quatro mil metros de profundidade, numa extensão de 6 mil quilômetros.
Ao visitar Alter do Chão, pisa-se o coração do Planeta Água: a Amazônia.
Água é o que faz a Terra diferente dos outros planetas. Vale lembrar: 1 – Apenas 3% de toda a água no mundo é potável. E desses 3%, 70% estão em forma de gelo ou no solo. 2 – O Brasil é privilegiado. Tem 12% da reserva de água doce no mundo. 3 – Além dos grandes rios, o Brasil tem ainda dois tesouros em água: o Aquífero Guarani e o Aquífero Alter do Chão. 4 – Aquífero é toda formação geológica subterrânea capaz de armazenar água. São imensos reservatórios subterrâneos de água formados por rochas com características porosas e permeáveis que retém a água das chuvas, que se infiltra pelo solo. O Guarani é o maior aquífero do mundo, abrangendo o Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Ele tem 1,2 milhões de km² de extensão territorial, sendo que 70% está em território brasileiro. 5 – O Aquífero Alter do Chão, também chamado de SAGA – Sistema Aquífero Grande Amazônia – é eminentemente brasileiro, localizado a 800 metros de profundidade nos estados do Pará, Amapá e Amazonas. 6 – Segundo o cientista indiano Valiya Hamza, debaixo da calha do rio Amazonas tem outro rio subterrâneo, que atinge quatro mil metros de profundidade, numa extensão de 6 mil quilômetros. Sua descoberta foi realizada após análise de 241 poços de petróleo desativados da Petrobras, perfurados entre 1970 e 1980. 7 – Valiya Hamza explica a diferença entre um aquífero e esse rio subterrâneo. Enquanto a água do aquífero está parada, a do rio subterrâneo corre. Tem movimento.
O rio Hamza (recebeu o nome de seu descobridor) corre do oeste para o leste. Sua vazão é bem menor do que do rio Amazonas. Conforme dados geofísicos, à vazão do rio Amazonas é de 133 mil metros cúbicos por segundo, enquanto do rio subterrâneo é pouco mais de 3 mil metros cúbicos por segundo. Comparativamente, pouco superior à vazão Rio São Francisco.
CONCLUSÃO: Visitar Alter do Chão é um privilégio aos olhos, não só pela beleza cênica e pela biodiversidade expostas na floresta e rios, mas também pelo que o subterrâneo esconde em tesouros: minérios e uma caixa d´água universal.
O Progestão é um programa de incentivo financeiro, no qual a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) faz desembolsos financeiros à Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), mediante o alcance de metas de planejamento e gestão de recursos hídricos no âmbito do Sistema Integrado de Gerenciamento dos Recursos Hídricos (SIGRH). Criado para fortalecer a gestão das águas em território nacional, de forma integrada, descentralizada e participativa, o Progestão tem como objetivo promover o uso múltiplo e sustentável dos recursos hídricos. Desta forma, o Programa atua na manutenção de plataformas de coleta de dados e prevenção de eventos hidrológicos críticos, segurança de barragens, entre outros. Desta forma o programa já realizou um ciclo de cinco anos, de 2013 a 2018, e realiza atualmente o seu segundo ciclo, que vai de 2018 até setembro de 2023.
Estes ecossistemas aquáticos e suas especies nativas são vitais para quase 20 milhões de pessoas que vivem na Amazônia (quase 4 milhões no estado do Amazonas), funcionando como fontes de proteínas, geração de renda, e rede de transporte (hidrovias), e água potável para consumo para populações rurais e urbanas.
A Região da Amazônia é enorme: ela ocupa mais de 60% de todo o território brasileiro. Mas o que pouquíssima gente sabe é que abaixo dela existe uma quantidade gigantesca de água doce. Trata-se de um verdadeiro oceano subterrâneo, com volume total de 162 mil quilômetros cúbicos, e que é chamado pelos cientistas de Sistema Aquífero Grande Amazônia (Saga). Apesar de já ser conhecido há bastante tempo, a magnitude desse sistema só foi percebida pelos pesquisadores em meados de 2013. O professor de Geologia da Universidade do Pará Francisco Abreu é um dos cientistas que estudam essa reserva de água. Ele explicou que atualmente o Saga é considerada o maior aquífero do planeta — quatro vezes maior do que o Aquífero Guarani – também no Brasil, e que até então ocupava o posto de maior do mundo.
Toda essa grandeza, toda essa expressão que a Amazônia tem, ela depende fundamentalmente da disponibilidade de água. E se você pensar no significado dessa água e no significado da Amazônia para o país, para o mundo, aí então você vai entender que essa água é algo extremamente, extremamente importante. Porque é dessa água que depende a vida da Amazônia e, principalmente, que depende a cobertura florestal.
Para se ter uma ideia do tamanho do Saga, os pesquisadores afirmam que ele, sozinho, seria capaz de abastecer o planeta inteiro durante 250 anos. São mais de 150 quatrilhões de litros de água doce — uma riqueza de valor incalculável para o mundo. Com uma área total de um milhão e duzentos mil quilômetros quadrados, o aquífero possui 75% de sua extensão em território brasileiro. O professor Abreu destaca que a água do Saga já é utilizada por populações da região amazônica.
Um grande número de cidades que estão no vale amazônico, elas podem ser abastecidas com a água do Saga. Santarém já faz isso em grande parte, Alter do Chão, Manaus. Várias, cidades da Amazônia já utilizam desse recurso para o abastecimento público, para o abastecimento de pessoas. Essa água ela pode ser usada para a indústria. Qualquer produto, qualquer coisa que você pode processar, qualquer coisa que você vai processar, no processo industrial você usa água. Nós podemos usar pra irrigação. Uma das conclusões mais importantes dos pesquisadores da Universidade Federal do Pará é que o o Saga e a vegetação amazônica dependem um do outro para que ambos possam existir. E é dessa relação entre aquífero e floresta que nascem as chuvas que irrigam quase todo o país, como explica o professor Abreu.
A Amazônia transfere, para o restante do Brasil, um número aproximado de oito quatrilhões de litros de água por ano pelo spray da atmosfera. É o que sustenta o regime de chuva do Centro-Oeste, do Sudeste. Essa água é o que sustenta, hoje, um dos setores mais dinâmicos da economia brasileira, que é o agronegócio. O agronegócio brasileiro depende fundamentalmente, visceralmente, mortalmente, da água transferida pela Amazônia.
Se a água é fundamental para a existência da vida como nós a conhecemos, é possível que ela seja a substância mais valiosa do planeta. Por isso, a existência do Sistema Aquífero Grande Amazônia em nosso país pode ser vista como um verdadeiro privilégio, uma riqueza essencial para o presente e para o futuro da soberania brasileira.
Os 3,56 milhões de hectares de superfície de água no Amazonas em setembro (2023) representam uma redução de 1,39 milhão de hectares em relação aos 4,95 milhões de hectares registrados em setembro de 2022 – que foi um patamar acima da média histórica acompanhada pelo MapBiomas, com início em 1985, e que marca também o pico de superfície de água desde 2018.
Uns grupos de 20 municípios do estado do Amazonas, tiveram uma queda na superfície de água superior a 10 mil hectares. O ranking é liderado por Barcelos, no centro do Amazonas, com perda de 69 mil hectares entre setembro de 2022 e setembro de 2023. Em seguida vem Codajás (47 mil hectares), Beruri (43 mil hectares) e Coari (40 mil hectares) – todos com perdas superiores a 40 mil hectares de água. Parintins (36 mil hectares), Maraã (36 mil hectares), Manacapuru (29 mil hectares), Itacoatiara (25 mil hectares), Anori (24 mil hectares) e Autazes (23 mil hectares) formam o grupo com perdas superiores a 20 mil hectares de superfície de água entre setembro de 2022 e setembro de 2023.
Outros dez municípios perderam entre 10 mil e 20 mil hectares. Todos esses vinte municípios que mais perderam superfície de água no Amazonas estão em estado de emergência ou de alerta, afetando comunidades ribeirinhas, extrativistas, quilombolas, indígenas e áreas urbanas. Os pesquisadores também mapearam alguns pontos afetados de forma aguda pela redução da superfície de água. Além da seca no Lago Tefé, que culminou na morte de mais de 100 botos, imagens de satélite mostram que lagos inteiros secaram em áreas de várzea na RESEX Auatí-Paraná. O mesmo aconteceu com a seca no Lago de Coari, afetando o acesso a alimentos, medicamentos e o calendário escolar. Entre Tefé e Alvarães, a seca forma bancos de areia extensos.
Carlos Souza, coordenador do MapBiomas Água e principal autor da nota técnica, explica que a redução de água foi detectada em rios, lagos e em áreas de úmidas: “o impacto na biodiversidade aquática tem sido reportado em várias localidades, mas ainda não foi estimado, podendo atingir proporções alarmantes. Além disso, o Amazonas encontra-se com alta vulnerabilidade a queimadas, o que aumenta o risco às populações e à economia”.
“Os efeitos do El Niño severo de 2023 e do aquecimento do Atlântico Norte têm sido considerados, por especialistas, como os principais fatores que estão contribuindo com a seca severa na região, o que pode ser de maior intensidade do que a seca de 2010. As mudanças climáticas e o desmatamento, por sua vez, são considerados a principal causa das secas, cada vez mais frequentes e severas na Amazônia”, afirma Souza.
O mapeamento da redução da superfície de água no Amazonas no mês passado foi feito combinando imagens Landsat com imagens Sentinel-1 (radar) para poder mapear áreas cobertas por nuvens. Com o Landsat, por sua vez, é possível detectar água em área de várzea o que ainda não foi desenvolvido pelo MapBiomas Água para as imagens Sentinel 2. Os dados, porém, resultam de uma análise mais conservadora, o que significa que a extensão de perda de água pode ser mais crítica. As análises foram realizadas por Bruno Pereira e Carlos Souza Jr., pesquisadores do Imazon que integram o MapBiomas.
Rio Solimões/Amazonas, atinge menor nível histórico no Amazonas
FONTE: Wikipédia, Google, wcsbrasil, umsoplaneta, Michelle Moreira, MapBiomas