HEVEA BRASILIENSIS, conhecida pelos nomes comuns de seringueira e árvore-da-borracha, é uma árvore da família das Euphorbiaceae.
E é muito comum de se encontrar na floresta amazônica. Apresentam folhas composta, flores pequeninas e reunidas em amplas panículas.
Sua madeira é branca e leve e, de seu látex, se fabrica a borracha.
Seu fruto encontra-se em uma grande cápsula com sementes ricas em óleo, que pode servir de matéria-prima para resinas, vernizes e tintas.
Por serem ricas em nutrientes, as sementes são usadas na produção de suplementos alimentares. Na atualidade, índios da região amazônica ainda alimentam-se com suas sementes.
O profissional que retira o látex da seringueira chama-se ‘’seringueiro’’.
A seringueira é uma árvore originária da bacia hidrográfica do Rio Amazonas, onde existia em abundância e com exclusividade, características que geraram o extrativismo e o chamado ciclo da borracha, período da história brasileira de muita riqueza e pujança para a região amazônica.
A seringueira é uma árvore originária da Floresta Amazônica, presente naturalmente nos países que abrigam este ecossistema. A planta é conhecida e apelidada pelo seu principal produto, o látex, que é retirado de seu caule. Ele é matéria-prima de uma série de mercadorias como borrachas, pneus, luvas e outros materiais cirúrgicos, e muito mais.
A espécie foi introduzida no estado da Bahia, no Brasil, por volta de 1906.
O ciclo brasileiro da borracha entrou em declínio quando grandes hortos foram plantados por ingleses, para fins de exploração, no continente africano tropical, na Malásia e no Sri Lanka. Um segundo ciclo da borracha ocorreu brevemente durante a II Guerra Mundial.
Etimologia – O nome “seringueira” vem de “seringa”, produto feito a partir do látex da planta pelos portugueses. “Árvore-da-borracha” refere-se a aplicação do látex da planta para a fabricação de borracha.
História – A partir de 1827, o Brasil iniciou a exportação de borracha natural, cujo uso como matéria-prima para a indústria se generalizou. Na década de 1840, a invenção do processo de vulcanização, por Charles Goodyear, possibilitou o início da produção de pneus – a princípio, para veículos de tração animal.
O crescimento da exploração da seringueira no Amazonas estimulou o crescimento demográfico da região, graças ao aumento da imigração.
Em 1830, a população de Manaus era de 3 000 habitantes; em 1880, passou a 50 000 habitantes.
Uma das expressões da riqueza gerada pela borracha é o suntuoso ‘’Teatro Amazonas’’, em 1896. Mesmo as ruas do seu entorno foram calçadas com borracha, para que os espetáculos não sofressem a interferência do tráfego de carruagens.
Em 1906, já estavam sendo exportadas mais de 80 mil toneladas de látex para todo o mundo.
Mas, já a partir de 1875, o botânico inglês Henry Wickham, a serviço do Império Britânico, havia coletado sementes da seringueira no vale do Tapajós, enviando-as para Sir Joseph Dalton Hooker, diretor dos Reais Jardins Botânicos de Kew, nos arredores de Londres.
Posteriormente, o material foi levado para as colônias britânicas, na Ásia, iniciando-se o processo de multiplicação da Hevea brasiliensis no Sudeste Asiático, sobretudo na Malásia.
Ali a produção acabou por superar a do Amazonas. Em consequência, inicia-se o esgotamento do ciclo da borracha, com um gradual esvaziamento econômico da região. Nos primeiros meses de 1942, no teatro de operações da Guerra do Pacífico, o Império do Japão dominou militarmente o sul do Pacífico Esfera de Coprosperidade da Grande Ásia Oriental. A Malásia foi ocupada e o controle de seus seringais passou para mãos nipônicas, resultando em queda de 97% na produção de borracha asiática. Necessitando de suprimentos de borracha, os aliados da II Guerra Mundial voltaram-se para o fornecedor então disponível, o Brasil. Como parte do esforço de guerra, o governo brasileiro recrutou trabalhadores, conhecidos como Soldados da Borracha e, este esforço resultou num breve segundo ciclo da borracha, estendendo-se de 1942 a 1945.
Atualmente, o estado São Paulo é o maior produtor brasileiro de borracha natural, apontam as estatísticas. Recentemente, a demanda por borracha tem crescido muito devido à qualidade do material em comparação com os materiais de origem fóssil e às preocupações com o meio ambiente.
Apesar de novos estados como Mato Grosso estarem também produzindo borracha, o Brasil só produz 35 por cento do que consome, ou seja, grande parte da borracha consumida é importada. O látex, borracha natural extraída do caule da seringueira, é matéria-prima para inúmeros produtos essenciais. Entenda como a indústria do látex nacional chegou a dominar o mundo, mas acabou perdendo o seu protagonismo.
Existem 11 espécies de seringueira, todas naturais da bacia do Rio Amazonas, mas a Hevea brasiliensis é a mais procurada e reproduzida devido à qualidade superior de seu látex.
Para que serve a seringueira?
A seringueira é uma planta antiga conhecida dos índios brasileiros. Antes da colonização, a planta já era valorizada, e seu fruto tem uma semente rica em nutrientes. A realização de cortes no caule, chamada de sangria da seringueira, expõe o látex, substância que era utilizada pelos índios para fazer bolas de borracha para fins recreativos.
Mais tarde, descobriu-se que a semente rica em óleos naturais também poderia ser utilizada para a fabricação de tintas, resinas e vernizes.
Com a colonização, a borracha natural fabricada a partir do látex começou a ser utilizada na fabricação de sapatos. A partir do século 18, o produto também começou a ser usado como apagador de grafite em ambientes escolares e de escritório.
O momento de grande transformação da importância da seringueira foi no século 19, quando o cientista Charles Goodyear desenvolveu a técnica de vulcanização. O processo aumentou a resistência e a elasticidade da borracha natural e permitiu multiplicar as finalidades do seu uso.
Em 1888, John Dunlop criou os pneus como conhecemos atualmente, e a indústria da borracha tornou-se fundamental para o mundo. A popularização dos carros não teria sido possível sem o produto, que era retirado exclusivamente da Região Amazônica.
Onde é mais comum de ser cultivada?
As seringueiras eram exclusivas da flora amazônica e, quando a demanda mundial pelo produto cresceu, a região passou por um enorme desenvolvimento populacional e econômico. Cidades como Belém e Manaus viram sua população se multiplicar em poucos anos e tiveram obras suntuosas, como o Teatro Amazonas, financiadas com o dinheiro proveniente da exploração do látex.
Com o tempo, o sucesso das plantações no Sudeste da Ásia e na África Ocidental levou à queda das exportações dos produtos amazônicos. A situação mudou apenas durante a Segunda Guerra Mundial, quando o Japão dominou vários dos territórios produtores de borracha natural. Com a necessidade dos países aliados em obter o produto, iniciou-se um novo ciclo da borracha na Região Amazônica. Com o fim da Guerra, a demanda voltou a diminuir. Atualmente, os maiores produtores de borracha natural são os países asiáticos. O Brasil produz cerca de 35% do total de produtos que utiliza, importando o resto.
Qual é a importância para a região em que é mais encontrada?
As seringueiras são encontradas em todos os Estados da Região Amazônica e ainda em outros. Atualmente, o maior produtor de látex é o Estado de São Paulo, e isso deve-se às produções no noroeste do Estado, na região de São José do Rio Preto.
Apesar da diminuição da importância da seringueira amazônica para o mundo, muitos pequenos produtores rurais vivem do extrativismo tradicional do produto. As árvores têm um ciclo produtivo de 25 a 30 anos e são importantes para a economia de diversas regiões.
Quando chega o fim do ciclo produtivo da seringueira, as árvores têm uma circunferência média de 110 centímetros de tronco, e sua madeira é utilizada para confecção de móveis e diversos outros produtos. O óleo das sementes é muito utilizado pela indústria, e na Ásia já é usado como substituto do óleo de linhaça. A torta obtida através da extração do óleo da semente da seringueira pode ser utilizada na alimentação de animais, e os seringais também podem ser utilizados como pontos de introdução de colmeias para a produção de mel.
Assim, as áreas de seringais apresentam diversos usos para os pequenos produtores. O látex também está voltando a ser valorizado por ser menos danoso para o meio ambiente do que outros métodos de produção de borracha, além de apresentar produtos finais de qualidade superior.
Espero que tenham gostado.